Aproximadamente a metade das mulheres sintomáticas por isquemia que se submetem a uma coronariografia apresentam doença coronariana não significativa (INOCA), o que se associa com uma alta taxa de eventos cardiovasculares adversos maiores (MACE) e uma redução da qualidade de vida (QoL). Estudos prévios sugeriram que o tratamento médico intensivo (IMT) com estatinas de alta intensidade, inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) ou antagonistas dos receptores de angiotensina II (ARAII) nas doses máximas toleradas poderia ser benéfico.
Este estudo pragmático avaliou se o IMT poderia reduzir a ocorrência de MACE em comparação com o tratamento convencional ao longo de um seguimento de cinco anos, com uma redução esperada de 20% da incidência de eventos. O estudo foi desenhado para ser randomizado, cego e multicêntrico em mulheres sintomáticas com suspeita de INOCA.
Os desfechos primários incluíram a qualidade de vida (QoL), o tempo de retorno ao trabalho, a utilização dos serviços de saúde, angina, morte cardiovascular e uma análise de probabilidade (win-ratio) em seguimento de cinco anos.
Foram randomizados 2476 pacientes com uma idade média de 64,2 anos. O diagnóstico de INOCA se estabeleceu em 45,5% dos casos mediante tomografia computadorizada (TC) coronariana e o resto mediante angiografia. Ademais, 21,5% dos participantes tinham diabetes e o nível médio de LDC-C foi de 93 mg/dL.
Ao avaliar o desfecho primário de probabilidade não ocorrência de MACE, o IMT não mostrou diferenças significativas em comparação com o tratamento convencional (HR 1,13; IC 95% 0,94-1,37; p = 0,20). Estes achados foram confirmados em uma análise de sensibilidade (HR 0,74; IC 95% 0,35-1,56; p = 0,43).
Os pesquisadores assinalaram algumas limitações do estudo, como o recrutamento durante a pandemia e um perfil de risco mais baixo dos pacientes inscritos mediante TC coronariana.
Conclusão
O tratamento intensivo com doses mais altas de terapia médica não reduziu a incidência da combinação primária formulada pelos pesquisadores.
Apresentado pelo Eileen Handberg en Late-Breaking Clinical Trials, ACC 25, 29 marzo, Chicago, EE.UU.
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