As lesões coronarianas severamente calcificadas representam um desafio terapêutico e se associam a uma maior taxa de falhas na angioplastia coronariana (PCI), o que compromete o prognóstico a longo prazo. Em tal contexto, os pesquisadores avaliaram se o uso de litotripsia intravascular (IVL) é superior às estratégias convencionais de preparação de placa prévias ao implante do stent.

Foram incluídos 200 pacientes com calcificação angiográfica severa, randomizados a tratamento com IVL ou preparação convencional. Todos os pacientes foram submetidos a tomografia de coerência ótica (OCT), e permitiu-se o uso de aterectomia rotacional sempre que se cumprissem os critérios predefinidos.
O desfecho primário (DP) incluiu falha do procedimento (definida como impossibilidade de implantar o stent ou estenose residual ≥ 20% por OCT) e falha do vaso tratado (TVF), que compreendia infarto agudo do miocárdio (IAM), revascularização guiada por sintomas clínicos ou morte por causa cardíaca.
A estratégia convencional consistiu no uso de balões não complacentes (82%), balões de corte ou de pontuação (cutting ou scoring balloon, 57%) e balões de super alta pressão (3%). A aterectomia rotacional foi utilizada em 31% do grupo IVL e em 42% do grupo convencional.
Os resultados mostraram uma incidência do DP de 35,4% no grupo IVL vs. 51,5% no grupo de preparação convencional (RR: 0,69; IC de 95%: 0,48–0,97; p = 0,02).
No tocante às complicações periprocedimento, não foram observadas diferenças significativas na taxa de IAM, dissecções com comprometimento de fluxo ou perfurações.
Os autores concluíram que, em lesões severamente calcificadas, o uso de IVL reduziu a incidência de falha do procedimento ou TVF em um ano, sem incrementar os eventos adversos relacionados com o procedimento.
Apresentado por A. T. Kristensen no Major Late Breaking Trials, EuroPCR 2025, 21 de maio, Paris, França.
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