As diretrizes atuais recomendam o uso da ultrassonografia intravascular (IVUS) durante o implante de stents no tronco da coronária esquerda (TCE) para otimizar os resultados da angioplastia coronariana (ATC), assegurando dispositivos bem posicionados e adequadamente expandidos. Embora não haja um consenso sobre a definição de subexpansão do stent, a área mínima do stent (MSA) avaliada mediante IVUS é considerada o preditor mais confiável de eventos adversos futuros em pacientes pós-ATC.

Diversos estudos analisaram os critérios de MSA em técnicas com dois stents; no entanto, ainda existem escassos dados sobre os valores ótimos de MSA na ATC do TCE quando é utilizada uma estratégia provisional com um só stent.
O objetivo deste estudo foi identificar os pontos de corte segmentares da MSA derivados de IVUS em pacientes submetidos a implante de um stent no TCE, com o fim de prever eventos cardíacos adversos maiores (MACE) em um acompanhamento de 5 anos.
O desfecho primário (DP) foi a ocorrência de MACE em 5 anos, definido como a combinação de morte por qualquer causa, infarto agudo do miocárdio relacionado com o vaso tratado e revascularização da lesão guiada pela clínica (TLR).
Foram analisados 829 pacientes submetidos a ATC partindo da TCE rumo à artéria descendente anterior (DA), todos com avaliação pós-stent mediante IVUS. A idade média foi de 64 anos e a maioria dos participantes eram homens. Em 37% dos casos, a apresentação clínica correspondeu a uma síndrome coronariana aguda. A maior parte dos pacientes apresentava doença de TCE e um só vaso (35%). A lesão do TCE se localizou na bifurcação distal em 73% dos pacientes.
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O MSA final foi medido em três segmentos: TCE proximal, TCE distal e óstio da DA. Os valores de corte que melhor previram MACE em 5 anos foram 11,4 mm² para o TCE proximal (área abaixo da curva [AUC]: 0,62), 8,4 mm² para o TCE distal (AUC: 0,58) e 8,1 mm² para o óstio da DA (AUC: 0,57). Com base nesses limiares, a subexpansão do stent no TCE proximal se associou significativamente com um maior risco de MACE em 5 anos (HR: 2,34; p < 0,001). Além disso, os pacientes com subexpansão simultânea no TCE distal e no óstio da DA apresentaram um risco significativamente maior de MACE em 5 anos quando comparados com aqueles com expansão adequada ou subexpansão limitada a somente um sítio (HR: 2,57; p < 0,001).
Conclusão
Este estudo avaliou os pontos de corte segmentares de MSA obtidos mediante IVUS em pacientes submetidos a implante de um stent cruzado partindo da TCE rumo à DA por doença de TCE não protegida. Conseguir a uma expansão ótima do stent no TCE proximal e evitar a subexpansão tanto no TCE distal como proximal no óstio da DA é fundamental para melhorar os resultados clínicos a longo prazo. Os limiares ótimos de MSA identificados podem servir como referência prática para a otimização do stent durante a ATC do TCE.
Referência: Ju Hyeon Kim1, MD, PhD et al Eurointervention 2025;21:e1069-e1080.
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