SORT OUT IV a 5 anos, confirmada a segurança dos DES de segunda geração

Título original: Safety and efficacy of everolimus-versus sirolimus-eluting stents: 5-Year results from SORT OUT IV. Referencia: Jensen LO et al. J Am Coll Cardiol. 2016;67:751-762.

 

São tranquilizadores os dados a longo prazo do estudo SORT OUT IV, que confirmam que os stents eluidores de everolimus de segunda geração apresentam maior eficácia e, sobretudo, maior segurança que os stents eluidores de sirolimus de primeira geração.

A diferença detectada aos 5 anos de seguimento neste trabalho e, particularmente, a significativa diferença em trombose do stent a favor da nova geração não havia sido evidente no seguimento mais precoce.

Quando se publicaram os resultados a 2 anos do SORT OUT IV, em 2012, reportou-se que os stents eluidores de everolimus eram não inferiores aos eluidores de sirolimus (que eram o padrão ouro original). Embora o stent Cypher eluidor de sirolimus seja hoje obsoleto, era muito importante uma comparação cabeça a cabeça a longo prazo.

O estudo SORT OUT IV randomizou 2.774 pacientes com doença coronária a receber o stent eluidor de everolimus Xience V/Promus (n = 1.390; Abbott Vascular, Boston Scientific) vs. o stent eluidor de sirolimus Cypher Select+ (n = 1.384; Cordis) entre agosto de 2007 e junho de 2009. A taxa global do desfecho combinado aos 5 anos foi de 14% para os stents eluidores de everolimus vs. 17,4% para os eluidores de sirolimus (p = 0,02). Porém, esta diferença não foi evidente no primeiro seguimento.

Um comportamento similar se deduz da taxa de revascularização do vaso (8,3% vs. 10,9%; p = 0,02) e da taxa de revascularização da lesão (4,8% vs. 7%; p = 0,01).

A nova geração mostrou uma menor taxa de trombose definitiva (0,4% vs. 2,0%; p = 0,0004) e este ponto também não foi óbvio no princípio. No entanto, para além de um ano a trombose definitiva foi claramente menor para os stents eluidores de everolimus (0,2% vs. 1,4%; p = 0,003).
Todos os pacientes que apresentaram trombose definitiva muito tardia se encontravam no tratamento com aspirina como monoterapia.

Conclusão
A 5 anos de seguimento, a taxa de eventos em pacientes tratados com stents eluidores de everolimus foi significativamente menor que com os eluidores de sirolimus. Esta diferença se baseou fundamentalmente em uma menor taxa de trombose muito tardia.

Comentário editorial
Os eventos relacionados ao paciente como morte por qualquer causa, qualquer infarto e qualquer revascularização não foram diferentes entre ambos os dispositivos em nenhum momento do seguimento. As diferenças surgiram nos eventos relacionados ao dispositivo como morte cardíaca, infarto relacionado ao vaso ou revascularização justificada por isquemia e tudo isto somente a partir do primeiro ano.

Mais artigos deste autor

Tratamento antiplaquetário dual em pacientes diabéticos com IAM: estratégia de desescalada

A diabetes mellitus (DM) é uma comorbidade frequente em pacientes hospitalizados por síndrome coronariana aguda (SCA), cuja prevalência aumentou na última década e se...

COILSEAL: Utilização de coils na angioplastia coronariana: uma ferramenta de valor nas complicações?

A utilização de coils como ferramenta de oclusão vascular tem experimentado uma expansão progressiva, partindo de seu uso tradicional em neurorradiologia até incorporar-se ao...

Tratamento da reestenose intrastent em vasos pequenos com balões recobertos de paclitaxel

A doença arterial coronariana (DAC) em vasos epicárdicos de menor calibre se apresenta em 30% a 67% dos pacientes submetidos a intervenção coronariana percutânea...

Perfurações coronarianas e o uso de stents recobertos: uma estratégia segura e eficaz a longo prazo?

As perfurações coronarianas continuam sendo uma das complicações mais graves do intervencionismo coronariano (PCI), especialmente nos casos de rupturas tipo Ellis III. Diante dessas...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

Tratamento antiplaquetário dual em pacientes diabéticos com IAM: estratégia de desescalada

A diabetes mellitus (DM) é uma comorbidade frequente em pacientes hospitalizados por síndrome coronariana aguda (SCA), cuja prevalência aumentou na última década e se...

COILSEAL: Utilização de coils na angioplastia coronariana: uma ferramenta de valor nas complicações?

A utilização de coils como ferramenta de oclusão vascular tem experimentado uma expansão progressiva, partindo de seu uso tradicional em neurorradiologia até incorporar-se ao...

Tratamento da reestenose intrastent em vasos pequenos com balões recobertos de paclitaxel

A doença arterial coronariana (DAC) em vasos epicárdicos de menor calibre se apresenta em 30% a 67% dos pacientes submetidos a intervenção coronariana percutânea...