Título original: 1-Year Outcomes With the Fully Repositionable and Retrievable Lotus Transcatheter Aortic Replacement Valve in 120 High-Risk Surgical Patients With Severe Aortic Stenosis Results of the REPRISE II Study. Referência: Ian T. Meredith et al. J Am Coll Cardiol Intv. 2016;9(4):376-384.
Esta análise representa o primeiro relatório a um ano de 120 pacientes incluídos no estudo REPRISE II (Repositionable Percutaneous Placement of Stenotic Aortic Valve Through Implantation of Lotus Valve System–Evaluation of Safety and Performance).
A nova válvula Lotus (Boston Scientific, Marlborough, Massachusetts) completamente reposicionável e recapturável tem um desenho que facilita um implante preciso, um funcionamento precoce durante a liberação e uma mínima taxa de insuficiência paravalvar em pacientes com estenose aórtica severa.
O estudo incluiu 120 pacientes sintomáticos de 14 centros da Austrália e Europa considerados de alto risco cirúrgico ou diretamente inoperáveis.
A idade média da população foi de 84,4 ± 5,3 anos com escore STS (Society of Thoracic Surgeons) de 7,1 ± 4,6.
Em todos os pacientes se alcançou um implante bem-sucedido e o seguimento clínico a um ano esteve disponível para 99,2% da população (119 de 120).
O gradiente transvalvar médio a um ano do procedimento foi de 12,6 ± 5,7 mm Hg com uma área de 1,7 ± 0,5 cm2. 88,6% não apresentou insuficiência aórtica ou se apresentou esta era trivial, sendo este dado adjudicado por um Core lab independente.
A taxa de mortalidade por qualquer causa foi de 10,9%, AVC importante 3,4% e sangramento maior de 5,9%. 31,3% requereu marca-passo definitivo pós implante valvular.
Conclusão
A um ano de seguimento, a válvula Lotus mostrou um excelente perfil hemodinâmico sem insuficiência paravalvar moderada ou severa e boa evolução clínica.
Comentário editorial
A possibilidade, com esta válvula, de um reposicionamento completo ou inclusive a possibilidade de recolocá-la na bainha com uma selagem adaptativa de uretano no perímetro externo fazem com que este dispositivo tenha uma das melhores taxas de insuficiência paravalvar do mercado.
Um seguimento a mais longo prazo e um estudo randomizado cabeça a cabeça contra as válvulas Edwards ou CoreValve são os próximos passos.