Título original: Risk factors and consequences of persitent type II endoleaks. Referência: Ruby C. Lo et al. J Vasc Surg 2016;63:895-901
A presença de leaks tipo II é pouco frequente (entre 1 a 10%) e a maioria se resolve espontaneamente no transcurso de 12 meses. Se não for assim, a evidência é controversa e pode se associar ao aumento do diâmetro ou ruptura do aneurisma requerendo reintervenção ou conversão a cirurgia.
Foram analisados 2.367 pacientes que receberam endoprótese aórtica, dos quais 1.977 (84%) não apresentaram leaks – ou, se apresentaram, foi de maneira transitória – e 390 pacientes apresentaram leaks persistentes no seguimento.
Não houve diferença nas características anatômicas dos aneurismas entre os pacientes que apresentaram leak e o grupo que não apresentou.
Tampouco houve diferença em relação ao tipo de dispositivo utilizado, mas sim se observou uma maior taxa de leak tipo II quando no procedimento houve embolização com coils de uma ou ambas as hipogástricas (12% vs. 8% p = 0,02) e também uma maior taxa de leak quando foram utilizadas extensões (12% vs. 8% (p = 0,008).
O seguimento foi, em média, de 463 dias, e a presença de endoleak tipo II foi um preditor de reintervenção (OR 15,3; IC 95% 9,7-24,3; p < 0,01) mas não de mortalidade (OR 1,1; IC 95% 0,9-1,6; p = 0,477).
Conclusão
A presença de endoleaks tipo II em pacientes que recebem uma endoprótese para trata um aneurisma de aorta abdominal é mais frequente quando se embolizam com coils uma ou ambas as hipogástricas e quando se usam extensões. A persistência do endoleak tipo II se associa a um incremento das reintervenções mas não a ruptura do aneurisma ou mortalidade. O anteriormente dito reforça a necessidade de controlar os pacientes com persistência de endoleak tipo II.
Comentário editorial
Esta é uma análise de maior envergadura sobre endoleaks tipo II, embora apresente a debilidade de ser retrospectiva. Ainda assim, parece claro que os endoleaks tipo II não se relacionam com eventos duros como mortalidade ou ruptura.
Gentileza do Dr. Carlos Fava.
Cardiologista Intervencionista
Fundación Favaloro – Buenos Aires