Um novo indicador para avaliar a severidade da estenose

Massa miocárdica fracionada para avaliar a severidade da estenose

Este trabalho pesquisa o papel da massa miocárdica fracionada (a massa de miocárdio específica do vaso) na avaliação fisiológica de severidade da estenose.

 

Utilizou-se angiografia por tomografia para estudar este novo conceito da massa miocárdica irrigada por um vaso específico que poderia reduzir a discordância entre anatomia e função.

 

Foram incluídos 463 pacientes com 724 lesões avaliadas com coronariografia por tomografia multicorte e coronariografia invasiva com medição de fluxo fracionado de reserva (FFR).

 

A fração da massa miocárdica foi calculada com base na árvore coronária e a massa de miocárdio por tomografia.

 

Um FFR < 0,80 foi o critério para considerar uma lesão funcionalmente significativa e foi observada em 39% das vezes. A fração de massa miocárdica comprometida diminuiu de maneira consistente à medida que o vaso específico foi diminuído de calibre, o que é óbvio.

 

A taxa de FFR < 0,80 aumentou de maneira diretamente proporcional à fração de massa miocárdica comprometida e de maneira inversamente proporcional ao diâmetro luminal mínimo por angiografia (p < 0,001).

 

A relação fração de massa miocárdica/diâmetro luminal mínimo se correlacionou bem com o FFR (r = 0,61) e foi superior ao diâmetro de estenose para predizer um FFR < 0,80.

 

O valor de corte ótimo para a relação fração de massa miocárdica/diâmetro luminal mínimo foi de 29 g/mm com uma sensibilidade de 75%, especialidade de 77% e precisão diagnóstica de 77%.

 

Somar esta relação poderia agregar informação ao clássico diâmetro de estenose para predizer o FFR de uma lesão.

 

Conclusão

A relação fração de massa miocárdica comprometida/diâmetro luminal mínimo pode ajudar a discriminar o comprometimento funcional de uma lesão com maior precisão diagnóstica que a estenose automática. O conceito de fração de massa miocárdica poderia explicar a frequente discordância entre anatomia e fisiologia.

 

Título original: Physiological Severity of Coronary Artery Stenosis Depends on the Amount of Myocardial Mass Subtended by the Coronary Artery.

Referência: Hyung Yoon Kim et al. JACC Cardiovasc Interv. 2016 Aug 8;9(15):1548-60.

 

Sua opinião nos interessa. Pode deixar abaixo seu comentário, reflexão, pergunta ou o que desejar. Será mais que bem-vindo.

Mais artigos deste autor

Tabagismo e seu impacto na doença cardiovascular 10 anos depois de uma angioplastia coronariana

O tabagismo é um fator de risco bem estabelecido para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares ateroscleróticas. Alguns relatórios históricos sugeriram, no entanto, um menor...

Jejum vs. não jejum antes de procedimentos cardiovasculares percutâneos

Embora em 2017 as diretrizes da Sociedade Americana de Anestesiologistas tenham sido atualizadas para permitir a ingestão de líquidos claros até duas horas e...

Dissecção espontânea do tronco da coronária esquerda: características clínicas, manejo e resultados

Gentileza do Dr. Juan Manuel Pérez. A dissecção espontânea do tronco da coronária esquerda (TCE) é uma causa infrequente de infarto agudo do miocárdio (IAM),...

Pré-tratamento com DAPT em síndromes coronarianas agudas: continua sendo um debate não resolvido?

Na síndrome coronariana aguda (SCA), a terapia antiplaquetária dual (DAPT) representa um pilar fundamental após a intervenção mediante angioplastia coronariana percutânea (PCI), ao prevenir...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

Veja as melhores imagens das Jornadas Uruguai 2025

Aproveite os melhores momentos das Jornadas Uruguai 2025, realizadas no Hotel Radisson de Montevidéu (Uruguai) nos dias 7, 8 e 9 de maio de...

Tratamento percutâneo da insuficiência mitral funcional atrial

A insuficiência mitral (IM) por dilatação atrial funcional (AFMR) é uma afecção que representa aproximadamente um terço dos casos de insuficiência mitral, associando-se com...

Tabagismo e seu impacto na doença cardiovascular 10 anos depois de uma angioplastia coronariana

O tabagismo é um fator de risco bem estabelecido para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares ateroscleróticas. Alguns relatórios históricos sugeriram, no entanto, um menor...