O advento do implante percutâneo da valva aórtica (TAVI) parece ter incrementado o número de pacientes idosos hospitalizados por estenose aórtica assim como o número de intervenções a que ditos pacientes são submetidos. No entanto, menos de um quinto dos pacientes com mais de 85 anos finalmente recebem alguma intervenção, conforme os dados de um registro Canadense.
Dada a significativa diferença em termos de mortalidade com o TAVI que se observa inclusive nos pacientes mais idosos, é muito importante chamar a atenção dos cardiologistas clínicos.
A partir dos dados de 37.970 pacientes hospitalizados entre 2004 e 2013 com diagnóstico primário ou secundário de estenose aórtica, realizou-se um seguimento para observar as reinternações e a mortalidade em um ano.
A taxa de hospitalizações aumentou de 36 a 39% durante o período de estudo (p < 0,001). Da mesma forma, a taxa de intervenções (TAVI ou cirurgia) dentro do ano da primeira hospitalização aumentou de 39% em 2004 a 44% em 2013 (p < 0,001) com maior incremento observado nos pacientes com mais de 85 anos (5% a 18%; p < 0,001).
Uma grande limitação do trabalho é que não há registros de dados ecocardiográficos ou sintomas, motivo pelo qual não se pode dizer quantos realmente necessitam uma intervenção na valva e não a receberam, mas a impressão que fica é que mais pacientes deveriam receber dita intervenção.
Por último, após a primeira hospitalização, a mortalidade em 30 dias foi de 12% e em um ano foi de 26%. Essa taxa se manteve estável em todo o período do estudo.
Para aqueles que receberam alguma intervenção na valva (TAVI ou cirurgia), a mortalidade foi melhorando com o passar dos anos.
Título original: Trends in the hospitalization rates and outcomes of patients with aortic stenosis from 2004 to 2013.
Apresentador: Czarnecki A.
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