Angioplastia em tronco de coronária esquerda vs. cirurgia: uma grande metanálise

Gentileza do Dr. Carlos Fava.

Angioplastia em tronco de coronária esquerda vs. cirurgiaAproximadamente 5% dos pacientes que são submetidos a coronariografia apresentam lesão severa do tronco da coronária esquerda (TCE). A cirurgia de revascularização miocárdica (CRM) é a estratégia de escolha nesse grupo, embora exista evidência em diferentes estudos randomizados de que a angioplastia do TCE não protegido é segura e efetiva com resultados similares à estratégia tradicional.

 

Foram incluídos 5 estudos randomizados (PRECOMBAT, SYNTAX, NOBLE, EXCEL e o estudo realizado por Boudriot et al.) com um total de 4.594 pacientes.

 

O desfecho primário foi uma combinação de morte por qualquer causa, infarto ou AVC e o desfecho secundário foi uma combinação de morte por qualquer causa, infarto, AVC e revascularização.

 

As características de ambos os grupos de pacientes estiveram bem balanceadas. Não houve diferença no desfecho primário entre ambas as estratégias (OR 0,97; IC 95%, 0,79-1,17; p = 0,73). No grupo de pacientes com anatomia coronariana complexa (SYNTAX > 22) a CRM foi mais segura (OR 1,64; IC 95%; 1,22-2,2; Pinteraction = 0,006).

 

O desfecho secundário foi a favor da CRM devido à maior taxa de revascularização no grupo angioplastia (OR 1.85; IC 95%, 1,53-2,23, p < 0,001). Não houve diferenças ao considerar separadamente cada um dos pontos do desfecho primário.

 

Conclusão

A angioplastia com stents farmacológicos e a cirurgia de revascularização miocárdica são métodos igualmente seguros para a revascularização dos pacientes com anatomia coronariana menos complexa e lesão significativa do tronco da coronária esquerda. No entanto, a cirurgia se associa a menor taxa de revascularização.  

 

Comentário editorial

Esta metanálise inclui os estudos randomizados mais modernos e demonstrou que a angioplastia é tão efetiva quanto a cirurgia naqueles pacientes com uma anatomia não complexa definida com um SYNTAX < 22.

 

Embora tenham sido desenvolvidos DES de segunda geração e sejam utilizados métodos complementares durante a angioplastia (IVUS ou OCT), a maior necessidade de revascularização continua sendo o tendão de Aquiles da angioplastia.

 

Gentileza do Dr. Carlos Fava. Fundação Favaloro, Buenos Aires, Argentina.

 

Título original: Percutaneous Coronary Intervention Using Drug-Eluting Stents Versus Coronary Artery Bypass Grafting for Unprotected Left Main Coronary Stenosis. A Meta-Analysis of randomized trials.

Referência: Nitesh Nerlekar et al. Circ Cardiovasc Interv 2016;9e004729.


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