Gentileza do Dr. Carlos Fava.
O retardamento ou a falta de resolução das lesões tróficas na isquemia crítica de membros inferiores (CLI) alteram a qualidade de vida, retardam a reabilitação e se associam a infecções e à amputação naqueles que a padecem.
A revascularização da artéria pédia mediante angioplastia favoreceria a velocidade e melhoraria a resolução das lesões na isquemia crítica de membros inferiores.
Foram analisados 257 pacientes com lesões de novo infrapatelares que receberam angioplastia por apresentar isquemia crítica de membros inferiores. 140 desses pacientes (54,5%) foram submetidos a angioplastia do arco pédio.
A idade foi de 73 anos, todos se encontravam em classe Rutherford 5 ou 6, um terço apresentava creatinina > 3 mg/dl. Tampouco houve diferença no tipo e localização das lesões tróficas no que se refere à profundidade ou a infecções.
A revascularização direta por angiossoma foi obtida em 60,3% da população. Nos pacientes nos quais se conseguiu a revascularização do arco pédio se obteve um ABI (0,88 vs. 0,81; p = 0,004) e uma pressão de perfusão do pé maiores (49,3 mmHg vs. 41,9 mmHg; p = 0,02).
Em um ano, o salvamento do membro foi de 88,5% e a sobrevida livre de amputação foi de 73,5%. A resolução das lesões foi de 49,5%. No grupo de moderado risco, a revascularização do arco pédio ofereceu maior resolução das lesões tróficas e em menor tempo (59,3% vs. 38,1%; p = 0,003 e 211 vs. 365 dias; p = 0,008).
Os preditores independentes de retardamento na resolução das lesões tróficas foram:
- A não deambulação;
- A profundidade das lesões (IT ≥ 2);
- A necessidade de diálise.
Conclusão
Os pacientes que receberam angioplastia do arco pédio mostraram uma alta taxa de resolução das lesões tróficas e em menor tempo. No que diz respeito à resolução das lesões, esta estratégia agressiva poderia se tornar um procedimento de salvamento nos pacientes com isquemia crítica de membros inferiores que apresentam doença da artéria pédia.
Comentário editorial
A isquemia crítica de membros inferiores está em crescimento e, nesta análise, a realização de uma angioplastia mais agressiva demonstrou benefícios, especialmente nos grupos de alto risco.
É importante contar com programas destinados a esse grupo de pacientes e familiarizarmo-nos com as classificações das lesões, profundidade e presença de infecções (UT clasification e WIFI) para podermos definir a melhor estratégia.
Gentileza do Dr. Carlos Fava. Fundação Favaloro, Buenos Aires, Argentina.
Título original: Clinical Outcome of Pedal Artery Angioplasty for Patients With Ischemic Wounds
Results From the Multicenter RENDEZVOUZ Registry.
Referência: Tatsuya Nakama, et al. J Am Coll Cardiol Intv 2017;10:79-90.
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