As CTO no infarto agudo do miocárdio aumentam a mortalidade

Gentileza do Dr. Carlos Fava.

As CTO no infarto agudo do miocárdio aumentam a mortalidadeEstá demostrado que no infarto agudo do miocárdio (IAM) com lesões de múltiplos vasos devemos tratar somente o vaso culpado (caso não haja comprometimento hemodinâmico), e depois, em uma segunda sessão, devem ser tratadas outras lesões severas. Ainda assim, não se sabe com clareza qual é a conduta apropriada frente a uma oclusão total crônica (CTO).

 

De um total de 836 ATC primárias, 437 pacientes (52,3%: 31,3% lesão de 2 vasos e 20,9% lesão de 3 vasos) exibiram doença de múltiplos vasos (DMV) e 146 (17,5%) apresentaram CTO.

 

Foi feita uma análise comparativa entre os pacientes que apresentaram DMV e aqueles que apresentaram CTO. Estes últimos tiveram mais antecedentes de diabetes, IAM e ATC mas menos antecedentes de IAM anterior.

 

Não houve diferenças no fluxo TIMI 2 ou 3 final.

 

A mortalidade em 30 dias foi de 4,8% (CTO 6,8% vs. DMV 3,8%; p = 0,167), sendo somente a idade um preditor de mortalidade (OR: 1,07; 95% CI: 1,01-11; p = 0,005).

 

Em um ano a mortalidade global e cardíaca foi de 11% e 10%, respectivamente, ambas mais altas nos que apresentaram CTO (15,8% VS. 8,6%; P =0,02; E 15% VS. 7,6%; P = 0,001).

 

Em 6 anos de seguimento a mortalidade foi de 129 pacientes (29,7%), sendo maior nos que tinham CTO (38,6% vs. 25,4%; p = 0,005).

 

A CTO foi um preditor de mortalidade no longo prazo (OR: 2,07; 95% CI: 1,3-3,28, p = 0,002), assim como a idade, o IAM anterior e o fracasso da ATC.

 

Conclusão

A presença de uma CTO é um preditor independente de mortalidade a longo prazo no IAMST em pacientes que recebem ATC primária.

 

Comentário

A presença de uma CTO em um IAMST nos adverte que estamos diante de um paciente com mais comorbidades e com um impacto fortemente negativo em sua evolução.

 

Devemos ser mais rigorosos com esses pacientes no que se refere à busca de isquemias residuais e mais agressivos com o tratamento médico. Também devemos tentar realizar ATC com diferentes estratégias sobre a CTO para melhorar a sobrevida.

 

São necessárias mais pesquisas sobre este tema. É preciso realizar estudos randomizados para saber qual é o valor isquêmico mínimo necessário para decidir a revascularização.

 

Gentileza del Dr. Carlos Fava.

 

Título Original: Impact of the presence of chronically occluded coronary on long-term prognosis of patients with acute ST-segment elevation myocardial infarction.

Referência: Maciej Lesiak et al. Cardiology J 2017;24,2:117-124.


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