O uso do acesso radial na angioplastia primária está em crescimento, embora ainda não seja muito utilizado

Há muita evidência que respalda o uso do acesso radial na angioplastia coronariana. Vários estudos randomizados demonstram a redução do sangramento e das complicações vasculares quando dita via é adotada em comparação com os pacientes tratados por acesso femoral. Há estudos e metanálises que sugerem que no contexto da angioplastia primária o benefício seria ainda maior, com uma significativa redução de eventos, inclusive da mortalidade.

El uso del acceso radial en la angioplastia primaria crece pero aún no es muy utilizado

Este trabalho visa a definir os diferentes fatores relacionados aos pacientes, operadores e instituições que fazem com que se adote ou não o acesso radial.


Leia também: Eficácia do stent de micromalha na angioplastia carotídea”.


O registro NCDR CathPCI incluiu 692.433 pacientes que receberam angioplastia primária entre 2009 e 2015. Dentre eles, somente 12% (n = 82.618) foram tratados com acesso radial.

 

O uso do acesso radial foi aumentando com o transcorrer do tempo e passou de 2% em 2009 a 23% em 2015, ainda que com muitas diferenças geográficas.

 

A idade, o sexo, o choque cardiogênico, a parada cardíaca prévia, operadores que começaram suas práticas antes de 2012 e instituições não acadêmicas foram os fatores que inclinaram a balança a favor do acesso femoral.


Leia também: A reparação da valva mitral com Mitraclip é segura em pacientes de alto risco”.


Quando os operadores utilizam mais acesso radial, observou-se uma significativa redução em sangramento, e quando as instituições o adotam, a redução pode ser constatada inclusive em mortalidade.

 

Conclusão

O uso do acesso radial na angioplastia primária está crescendo, embora continue sendo subutilizado.

 

Comentário editorial

A presente análise sugere que a quantidade de evidência a favor do acesso radial teve impacto em sua utilização, que aumentou até 10 vezes nos últimos 6 anos. No entanto, dito incremento nos Estados Unidos está muito abaixo dos números relatados pela maioria dos países europeus. O grau de adoção do acesso radial na América Latina continua sendo uma incógnita, embora seja lógico cogitar que nos aproximaríamos mais da tendência observada nos registros da Europa do que a tendência dos registros estadunidenses.

 

Título original: Variation in the Adoption of Transradial Access for ST-Segment Elevation Myocardial Infarction. Insights From the NCDR CathPCI Registry.

Referência: Javier A. Valle et al. J Am Coll Cardiol Intv 2017. Article in press.


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