O acesso ulnar pode ser tão seguro e efetivo quanto o radial, especialmente quando se quer preservar a perviedade da artéria radial ou se esta última apresenta uma anatomia complicada. Esta nova metanálise que será publicada em breve no Catheter Cardiovasc Interv também revelou uma taxa relativamente alta de fracasso nas tentativas de intervenção pelo acesso ulnar, mas isso poderia ser facilmente explicado pela curva de aprendizagem.
Em termos de segurança não se observou um excesso de sangramento ou formação de hematoma nem de outras complicações vasculares com o acesso ulnar vs. o radial em pacientes submetidos a angioplastia, embora a taxa de falha no acesso foi mais do dobro comparando-se com o acesso radial (OR 2,63)
A presente metanálise incluiu 6 estudos com cerca de 4.800 pacientes e mostrou que o acesso ulnar não esteve associado a um aumento no tempo de fluoroscopia, volume de contraste ou tempo necessário para conseguir o acesso.
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O acesso ulnar pode ser considerado como uma alternativa quando se quer preservar a artéria radial para poder utilizá-la como ponte entre a aorta e a coronária ou para confeccionar uma fístula naqueles pacientes com uma função renal deteriorada. Adicionalmente a tudo isso, a artéria ulnar em geral tende a ser de maior calibre e menos tortuosa que a radial.
Por outro lado, a artéria ulnar é mais profunda e em geral seu pulso é mais difícil de apalpar, motivo pelo qual só nos lembramos que ela existe quando temos problemas com o acesso radial e provavelmente nunca cheguemos a ter a experiência necessária para nos sentirmos cômodos.
O ideal parece ser personalizar o acesso em cada paciente, de acordo com os diâmetros relativos da artéria radial e da ulnar.
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Uma preocupação neste acesso é o nervo ulnar, que se encontra junto à artéria para passar pelo canal de Guyon entre o osso pisiforme e a artéria ulnar. Devido ao fato de em geral o paciente se posicionar com o braço pegado ao corpo, a punção sempre vai tender a ser do lado livre da artéria e não do lado do nervo, o que seria o ideal. Os pseudoaneurismas também são uma dificuldade a levar em conta dado que a artéria é mais profunda e não tem estruturas ósseas que nos deem um bom plano de compreensão. Em conclusão, enquanto não tivermos a suficiente experiência, deveríamos fazer um controle pós-procedimento mais minucioso do que o que estamos acostumados nos pacientes que são tratados por acesso radial.
Título original: Safety and efficacy of ulnar artery approach for percutaneous cardiac catheterization: systematic review and meta-analysis.
Referência: Fernandez R et al. Catheter Cardiovasc Interv. 2018; Epub ahead of print.
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