Gentileza do Dr. Carlos Fava.
O TAVI foi desenvolvido para tratar a estenose aórtica, mas há uma quantidade significativa de pacientes com insuficiência aórtica severa (IAS) que também são submetidos a dito procedimento, sendo atualmente uma indicação “off label”.
A evidência atual no contexto da IAS está crescendo devido às diferentes válvulas que apresentam bons resultados nos anos de seguimento.
Este é um registro retrospectivo que incluiu 20 pacientes com IAS de alto risco cirúrgico que receberam TAVI com a válvula ACCURATE Neo por acesso transfemoral.
A idade média foi de 79,5 anos (15 mulheres, 2 diabéticos, 8 com fibrilação atrial e 6 com cirurgia cardíaca prévia). Todos estavam em classe funcional III-IV. A fração de ejeção foi de 48%, o diâmetro diastólico foi de 58 mm e o STS de mortalidade foi de 8,3%.
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Durante o procedimento a válvula se manteve estável, o implante foi feito 7 ± 4 mm abaixo do anel e um paciente requereu uma segunda válvula (SAPIENS 3) por apresentar regurgitação severa. O gradiente pós-procedimento foi de 6 ± 3 mmHg. 14 pacientes não apresentaram regurgitação, outros 5 tiveram regurgitação leve e um teve regurgitação moderada. Houve uma redução significativa do diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo (58 ± 7 mm a 53 ± 7 mm; p < 0,001) sem mudanças na fração de ejeção. A duração do procedimento foi de 53 ± 24 minutos. A hospitalização foi de 9 (entre 6 e 14) dias.
Em 30 dias de seguimento nenhum paciente apresentou morte ou AVC, 3 requereram marca-passo definitivo e 17 estavam em classe funcional I-II.
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Em 124 dias de seguimento não houve migração valvar e a mortalidade foi de 2 pacientes.
Conclusão
Em um grupo selecionado de pacientes, a realização de TAVI por acesso femoral com a válvula ACCURATE Neo foi bem-sucedida no tratamento da insuficiência aórtica com uma significativa redução dos diâmetros ventriculares e uma melhora clínica dos sintomas.
Comentário
Esta análise, embora com poucos pacientes, reforça a escassa evidência de que dispomos atualmente no contexto da IAS, com bons resultados a curto prazo e uma mudança favorável na geometria ventricular e sem mudanças na função ventricular a curto prazo.
É necessário um maior tempo de seguimento para conhecer o verdadeiro benefício e assim poder determinar qual é grupo que mais se favoreceria com a estratégia que nos ocupa.
É necessário desenvolver válvulas para a insuficiência aórtica já que esta é anatomicamente diferente da estenose, com diâmetros diferentes e sem calcificação, o que dificulta a ancoragem dos dispositivos.
Gentileza do Dr. Carlos Fava.
Título original: Transfemoral Implantation of the Accurate neo for the Treatment of Aortic Regurgitation.
Referência: Stefan Toggweiler, et al. J INVASIVE CARDIOL 2018 July 15 (Epub Ahead of Print).
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