Subanálise do EXCEL: angioplastia vs. cirurgia em insuficiência renal crônica

Os pacientes com doença renal crônica e doença do tronco da coronária esquerda do EXCEL apresentam uma taxa maior de reagudização de sua doença renal e de possibilidade de apresentar outros eventos em comparação com a população geral. No entanto, a reagudização da insuficiência renal foi menos frequente com a angioplastia que com a cirurgia, enquanto outros eventos como morte, AVC ou infarto em 3 anos foram similares entre as duas estratégias de revascularização e entre pacientes com ou sem doença renal crônica.

Sub análisis del EXCEL: angioplastia vs cirugía en insuficiencia renal crónicaEste trabalho investiga o efeito comparativo da angioplastia vs. a cirurgia em pacientes com doença de tronco da coronária esquerda e uma complexidade anatômica baixa ou intermediária de acordo com os valores basais de função renal dos pacientes incluídos no estudo EXCEL (Evaluation of XIENCE Versus Coronary Artery Bypass Surgery for Effectiveness of Left Main Revascularization).

 

Foi definida como doença renal crônica uma filtração glomerular < 60 ml/min/1,73m² estimada pela equação de CKD Epidemiology Collaboration. A falha renal aguda ou a reagudização da falha renal crônica foi definida como um incremento da creatinina basal ≥ 0,5 mg/ml ou o novo requerimento de diálise. O desfecho primário foi a clássica combinação de morte, infarto e AVC em 3 anos.


Leia também: Efeito de uma angioplastia carotídea expeditiva sobre os eventos recorrentes.


A doença renal crônica foi diagnosticada em 19,3% da população global do estudo (361 de 1869). Os pacientes com doença renal crônica apresentaram mais eventos em 3 anos em comparação com os pacientes com função renal normal (20,8% vs. 13,5%; HR: 1,60; IC 95%, 1,22 a 2,09; p = 0,0005).

 

A insuficiência renal aguda dentro dos 30 dias do procedimento foi mais frequente naqueles pacientes com doença crônica de base (5,0% vs. 0,8%; p < 0,0001) e associou-se em grande medida com morte, infarto ou AVC dentro dos 3 anos (50,7% vs. 14,4%; HR: 4,59; IC 95%: 2,73 a 7,73; p < 0,0001). Esta insuficiência renal aguda foi menos frequente após a revascularização com angioplastia que com cirurgia tanto em pacientes com função renal normal (0,3% vs.1,3%) quanto naqueles com insuficiência renal crônica basal (2,3% vs. 7,7%).


Leia também: Deterioro da função renal: como impacta na angiografia e na cirurgia?


Não se observaram diferenças significativas na taxa do desfecho primário entre angioplastia ou cirurgia tanto nos pacientes com doença renal crônica basal (23,4% vs. 18,1%) quanto naqueles com função renal normal (13,4% vs. 13,5%; p para interação = 0,38).

 

Conclusão

Os pacientes com insuficiência renal crônica que receberam revascularização por doença do tronco da coronária esquerda dentro do estudo EXCEL apresentaram um risco de reagudização da insuficiência renal e de eventos. Dita reagudização da insuficiência renal foi menos frequente nos pacientes que receberam angioplastia.

 

Título original: Left Main Revascularization With PCI or CABG in Patients With Chronic Kidney Disease. EXCEL Trial.

Referência: Gennaro Giustino et al.


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Sua opinião nos interessa. Pode deixar abaixo seu comentário, reflexão, pergunta ou o que desejar. Será mais que bem-vindo.

Mais artigos deste autor

Revascularização coronariana guiada por iFR vs. FFR: resultados clínicos em seguimento de 5 anos

A avaliação das estenoses coronarianas mediante fisiologia coronariana se consolidou como uma ferramenta crucial para guiar a revascularização. As duas técnicas mais empregadas são...

ACC 2025 | WARRIOR: isquemia em mulheres com doença coronariana não obstrutiva

Aproximadamente a metade das mulheres sintomáticas por isquemia que se submetem a uma coronariografia apresentam doença coronariana não significativa (INOCA), o que se associa...

Pacientes com alto risco de sangramento após uma ATC coronariana: são úteis as ferramentas de definição de risco segundo o consórcio ARC-HBR e a...

Os pacientes submetidos ao implante de um stent coronariano costumam receber entre 6 e 12 meses de terapia antiplaquetaria dual (DAPT), incluindo esta um...

Principais estudos do segundo dia do ACC 2025

BHF PROTECT-TAVI (Kharbanda RK, Kennedy J, Dodd M, et al.)O maior ensaio randomizado feito em 33 centros do Reino Unido entre 2020 e 2024...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

Revascularização coronariana guiada por iFR vs. FFR: resultados clínicos em seguimento de 5 anos

A avaliação das estenoses coronarianas mediante fisiologia coronariana se consolidou como uma ferramenta crucial para guiar a revascularização. As duas técnicas mais empregadas são...

TAVI em anel pequeno: que válvula devemos utilizar?

Um dos principais desafios na estenose aórtica severa são os pacientes que apresentam anéis valvares pequenos, definidos por uma área ≤ 430 mm². Esta...

ACC 2025 | WARRIOR: isquemia em mulheres com doença coronariana não obstrutiva

Aproximadamente a metade das mulheres sintomáticas por isquemia que se submetem a uma coronariografia apresentam doença coronariana não significativa (INOCA), o que se associa...