De acordo com este trabalho que em breve será publicado no J Am Coll Caradiol Intv, um novo bloqueio do ramo esquerdo (BCRE) não se associou a uma maior mortalidade ou a internações por insuficiência cardíaca após uma média de seguimento de 3 anos pós-TAVI. Para além do anteriormente afirmado, o BCRE sim se associou a um maior risco de marca-passos definitivo e a um impacto negativo na função ventricular.
O impacto dos novos BCRE continua gerando controvérsias, especialmente porque não existem dados a longo prazo.
Este trabalho incluiu 1.020 pacientes consecutivos sem transtornos de condução prévios ou marca-passo no momento da alta hospitalar. Os pacientes foram seguidos em média por 3 anos (intervalo de 2 a 5 anos pós-TAVI).
O novo BCRE ocorreu em 212 pacientes (20,1%) após o TAVI. Não foram observadas diferenças nas características basais entre os dois grupos de pacientes, com a exceção de que os que apresentaram o transtorno de condução receberam mais frequentemente a válvula autoexpansível CoreValve (p = 0,001).
Leia também: Novos fatores de risco: poluição do ar, temperatura do ar, dor e horas de sono.
No seguimento não houve diferenças em termos de mortalidade por qualquer causa entre os dois grupos (novo BCRE 45,1% vs. não bloqueio 42,5%; p = 0,54), mortalidade cardiovascular (14,2% vs. 14,4%; p = 0,95, respectivamente) ou internações por insuficiência cardíaca (19,8% vs. 15,6%; p = 0,18, respectivamente).
O novo BCRE se associou, como era de se esperar, a um maior risco de necessidade de marca-passo definitivo (15,5% vs. 5,4%, p = 0,002), mas isso ocorreu especialmente durante o primeiro ano pós-procedimento. A partir daí o risco parece entrar em um platô.
O transtorno de condução também gerou uma leve deterioração da fração de ejeção.
Conclusão
Após uma média de 3 anos pós-TAVI, um novo bloqueio completo do ramo esquerdo não se associou a uma maior mortalidade por qualquer causa, mortalidade cardiovascular ou hospitalizações por insuficiência cardíaca, mas sim a uma maior taxa de necessidade de marca-passo (especialmente dentro do primeiro ano) e a uma leve deterioração da fração de ejeção.
Título original: Long-Term Outcomes in Patients With New-Onset Persistent Left Bundle Branch Block Following TAVR.
Referência: Chekrallah Chamandi et al. J Am Coll Cardiol Intv 2019. Article in press.
Subscreva-se a nossa newsletter semanal
Receba resumos com os últimos artigos científicos
Sua opinião nos interessa. Pode deixar abaixo seu comentário, reflexão, pergunta ou o que desejar. Será mais que bem-vindo.