Conforme este estudo contemporâneo e em função da organização que temos hoje para tratar os infartos, os pacientes admitidos em um centro terciário de alto volume para angioplastia primária recebem um tratamento similar e apresentam um prognóstico similar sem que tenha relevância a hora do infarto.
Vários estudos precedentes mostraram que as angioplastias primárias realizadas durante a noite (de 18h00 a 8h00) tinham piores resultados que aquelas efetuadas em horário de “escritório” (de 8h00 a 18h00). Algo similar ocorria quando se comparava os resultados do fim de semana e dos feriados com os dias úteis.
Este trabalho analisou os resultados de 2.167 pacientes consecutivos admitidos por um infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST em um centro terciário com capacidade de angioplastia primária durante as 24 horas, 365 dias por ano.
Foram admitidos 1.048 pacientes (48,3%) em horário de escritório (on-hours) e 1.119 (51,7%) fora do horário de escritório (off-hours).
As características clínicas basais estiveram bem balanceadas entre os dois grupos, incluindo a taxa de parada cardíaca (7,9% vs. 8,8%) e de choque cardiogênico (12,3% vs. 14,7%).
O tempo médio entre o início dos sintomas e o primeiro contato médico, e o tempo médio entre o contato médico e a colocação do introdutor foram similares entre os dois horários (120 min vs. 126 min; p = 0,25 e 90 min vs. 93 min; p = 0,58, respectivamente), bem como a taxa de acesso radial (85,6% vs. 87,5%; p = 0,27).
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Não houve associação entre o horário de realização do procedimento e a mortalidade intra-hospitalar (8,1% vs. 7,0%; p = 0,49) e a mortalidade em um ano (11,0% vs. 11,1%; p = 0,89).
Conclusão
A organização contemporânea que temos na angioplastia primária conseguiu derrubar o mito do pior prognóstico durante a madrugada, tanto no que se refere à mortalidade intra-hospitalar quanto no que diz respeito à mortalidade em um ano, ao menos em um centro terciário de alto volume como o que foi analisado.
Título original: On- Versus Off-Hours Presentation and Mortality of ST-Segment Elevation Myocardial Infarction Patients Treated With Primary Percutaneous Coronary Intervention.
Referência: Benoit Lattuca et al. J Am Coll Cardiol Intv 2019, article in press.
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