Múltiplas drogas e estratégias de tratamento têm surgido nos últimos anos, mudando substancialmente o prognóstico dos pacientes com angina crônica estável ou, como intitulam as últimas diretrizes: “síndromes coronarianas crônicas”. Esta mudança na semântica parece pouco importante, mas a intenção é lembrar-nos que não são pacientes estáveis mas sim que evoluem com períodos de platôs e períodos agudos.
Os dados de 32.703 pacientes com diagnóstico de síndromes coronarianas crônicas de 45 países foram alistados no registro CLARIFY entre novembro de 2009 e junho de 2010 com seguimento de 5 anos.
O desfecho primário de morte cardiovascular ou infarto não fatal foi de 8% para a população global (8,1% em homens e 7,6% em mulheres).
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Os fatores preditores mais importantes de risco foram a hospitalização prévia por insuficiência cardíaca, ser fumante ativo/a, viver na América Central ou na América do Sul, infarto prévio, AVC prévio, diabetes, ter sintomas de angina e doença vascular periférica.
Foi observada uma forte interação naqueles pacientes que combinavam o antecedente de infarto prévio com sintomas anginosos em comparação com aqueles que tinham o antecedente de infarto mas estavam assintomáticos (11,8% vs. 8.2%; p < 0,001).
Caso nunca tivessem padecido um infarto, a taxa de eventos foi similar entre aqueles pacientes que apresentavam angina e os que não a apresentavam (6,3% vs. 6,4%; p > 0,9).
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A taxa de prescrição de medicamentos baseada na evidência para prevenção secundária foi muito alta.
Conclusão
Este registro descreve todo o espectro de pacientes com síndromes coronarianas estáveis e mostra que apesar de uma adequada prevenção secundária os pacientes com antecedente de infarto e angina têm uma alta taxa de eventos. Este subgrupo de alto risco é facilmente identificável e justifica um tratamento intensivo.
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Referência: Emmanuel Sorbets et al. European Heart Journal (2020) 41, 347–355.
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