O V-in-V é o tratamento de escolha nos casos de falha das biopróteses?

Gentileza do Dr. Carlos Fava.

O tratamento de escolha para a falha das biopróteses em posição aórtica sempre foi a reoperação valvar aórtica (RS), com uma mortalidade maior em comparação com a primeira cirurgia. 

¿El V-in-V es el tratamiento de elección en el fallo de las bioprótesis?

Na atualidade contamos com a possibilidade de realizar o implante percutâneo da valva (V-in-V) mas, embora diferentes relatos lhe confiram um grande benefício, a informação de que dispomos comparando as duas estratégias ainda é escassa. 

Foram analisados 214 pacientes submetidos à técnica V-in-V e 344 submetidos a RS. 

As populações foram diferentes: os que receberam V-in-V eram mais idosos e apresentavam mais comorbidades, sendo, portanto, pacientes de maior risco. Por tal motivo, foi feito um propensity score com 27 variáveis, ficando 131 pares comparáveis. 

O tempo de seguimento dos pacientes do grupo V-in-V foi de 11,3 anos vs. 8,6 anos do grupo RS.


Leia também: A favor da angioplastia primária sempre e também em tempos de pandemia.


Em 30 dias de seguimento a mortalidade foi menor no V-in-V (absolute risk difference: -7,5%; 95% confidence interval -12,6% a -2,3%). Além disso, a necessidade de transfusões, marca-passos e dias de internação também foi menor (7 dias vs. 14 dias; p < 0,001).

Em 5 anos de seguimento a sobrevida foi melhor no grupo V-in-V (76,8% vs. 66,8%; hazard ratio: 0,55; 95% confidence interval: 0,30 a 0,99; p = 0,04). Não houve diferenças no que se refere às readmissões hospitalares, MACE e AVC. 

Conclusão

O V-in-V se associou a menor mortalidade precoce, morbidades e estadia hospitalar, e mostrou um incremento na sobrevida em comparação com a RS. Talvez deva passar a ser a estratégia de escolha nos casos de falha das biopróteses. 

Gentileza do Dr. Carlos Fava.

Título Original: Transcatheter ViV Versus Redo Surgical AVR for the Management of Failed Biological Prosthesis Early and Late Outcomes in a Propensity-Matched Cohort.

Referência: Derrick Y. Tam, et al. J Am Coll Cardiol Intv 2020;13:765-74.


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Sua opinião nos interessa. Pode deixar abaixo seu comentário, reflexão, pergunta ou o que desejar. Será mais que bem-vindo.

Mais artigos deste autor

Remodelamento cardíaco após a oclusão percutânea da CIA: imediato ou progressivo?

A comunicação interatrial (CIA) é uma cardiopatia congênita frequente que gera um shunt esquerda-direita, com sobrecarga de cavidades direitas e risco de hipertensão pulmonar...

É realmente necessário monitorar todos os pacientes após o TAVI?

Os distúrbios de condução (DC) posteriores ao implante percutâneo da valva aórtica (TAVI) constituem uma complicação frequente e podem incidir na necessidade de um...

Valvoplastia aórtica radial: vale a pena ser minimalista?

A valvoplastia aórtica com balão (BAV) foi historicamente empregada como estratégia de “ponte”, ferramenta de avaliação ou inclusive tratamento paliativo em pacientes com estenose...

Fibrilação atrial após oclusão percutânea do forame oval patente: estudo de coorte com monitoramento cardíaco implantável contínuo

A fibrilação atrial (FA) é uma complicação bem conhecida após a oclusão do forame oval patente (FOP), com incidência relatada de até 30% durante...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

Assista novamente: Embolia Pulmonar em 2025 — Estratificação de Risco e Novas Abordagens Terapêuticas

Já está disponível para assistir o nosso webinar “Embolia Pulmonar em 2025: Estratificação de Risco e Novas Abordagens Terapêuticas”, realizado no dia 25 de...

Um novo paradigma na estenose carotídea assintomática? Resultados unificados do ensaio CREST-2

A estenose carotídea severa assintomática continua sendo um tema de debate diante da otimização do tratamento médico intensivo (TMO) e a disponibilidade de técnicas...

Remodelamento cardíaco após a oclusão percutânea da CIA: imediato ou progressivo?

A comunicação interatrial (CIA) é uma cardiopatia congênita frequente que gera um shunt esquerda-direita, com sobrecarga de cavidades direitas e risco de hipertensão pulmonar...