Stents em placas lipídicas vs. fibrocálcicas: diferente prognóstico?

A angioplastia coronariana com stents farmacológicos contemporâneos em placas ateroscleróticas ricas em lipídios não se relacionou com um aumento de eventos periprocedimento a longo prazo em comparação com as placas sem uma quantidade significativa de lipídios. 

Stents en placas lipídicas vs fibrocálcicas ¿Diferente pronóstico?

Este trabalho recentemente publicado no J Am coll Cardiol avaliou a associação entre as placas ricas em lipídios detectadas por espectroscopia infravermelha (NIRS) e os eventos clínicos em pacientes submetidos a angioplastia coronariana com stents farmacológicos contemporâneos. 

A NIRS foi utilizada em pacientes que tinham uma angiografia (com eventual angioplastia) programada. Os eventos avaliados foram morte cardíaca, infarto, trombose definitiva ou provável, revascularização não planejada por progressão dos sintomas ou angina instável.  

Os eventos, por sua vez, foram subdivididos de acordo com o fato de corresponderem a placas originalmente tratadas ou a placas novas. 


Leia tamém: Diagnóstico não invasivo de espasmo coronariano: é recomendável?


Foram incluídos 1999 pacientes do estudo COLOR (Chemometric Observations of Lipid Core Plaques of Interest in Native Coronary Arteries Registry). Do total da população, 1621 pacientes foram submetidos a angioplastia. 

18% dos pacientes apresentou eventos em 2 anos de seguimento e 8,3% deles correspondeu às lesões alvo, 10,7% a novas lesões e em 3,1% não se pode determinar a origem. 

Não houve diferenças em termos de eventos entre as placas ricas em lipídios e aquelas com escasso ou nenhum conteúdo lipídico após o ajuste por múltiplos fatores clínicos e do procedimento. 

Conclusão

O coeficiente lipídico das placas não interferiu no prognóstico dos pacientes submetidos a angioplastia coronariana com stents farmacológicos contemporâneos. 

Título original: 2-Year Outcomes After Stenting of Lipid-Rich and Nonrich Coronary Plaques.

Referência: Myong Hwa Yamamoto et al. J Am Coll Cardiol 2020;75:1371–82.


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