Gentileza do Dr. Carlos Fava.
A cirurgia valvar aórtica com bioprótese demonstrou seu benefício, mas também sua debilidade, que se relaciona basicamente com a falha do dispositivo entre os 10 e os 15 anos.
O TAVI surgiu como uma estratégia válida especialmente nos pacientes de alto risco, mas ainda temos pouca informação e não dispomos, na atualidade, de um estudo cabeça a cabeça para determinar qual é a melhor decisão neste grupo que vem crescendo com o passar dos anos.
Foi feita uma análise retrospectiva da National Readmissions Database (NRD) entre 2012 e 2016, com 6815 procedimentos. Dentre eles, 3443 (50,3%) foram submetidos a V-in-V TAVI e 3372 a re-SAVR.
O grupo V-in-V TAVI se compôs de pacientes mais idosos, com CRM prévia, deterioração da função renal e insuficiência cardíaca.
Em 30 dias esta população teve menor mortalidade (2,8% vs. 5,0%; OR 0,55, 95% CI 0,33 – 1,91), menor morbidade (66,4% vs. 79%; OR 0,52, 95% CI 0,41 – 0,66) e menos sangramento maior (35,8% vs. 49,9%; OR 0,56, 95% CI 0,44 – 0,71). Além disso, apresentou menor estadia hospitalar (7 vs. 9 dias, em média 2 dias a menos, 95% CI 1,4 – 2,6) e maior índice de alta com acompanhamento domiciliar (45,9% vs. 34,2%; OR 1,57, 95% CI 1,28 – 1,93).
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Não houve diferenças no que se refere a AVC, insuficiência renal, necessidade de marca-passo, bloqueio A-V e custo dos procedimentos. No mesmo sentido, não houve divergências em relação à necessidade de re-hospitalizações dentro dos 30 dias.
Na análise multivariada o grupo re-SARV se associou a maior mortalidade e morbidade em 30 dias.
Para equiparar os grupos fez-se um propensity score match, ficando 2181 pares.
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Em 30 dias de seguimento, o V-in-V TAVI se associou com uma menor mortalidade (OR 0,41, 95% CI 0,23–0,74), menor morbidade (OR 0,53, 95% CI 0,43–0,72), menos sangramento maior (OR 0,66, 95% CI 0,51–0,85), menor estadia hospitalar (em média dois dias 95% CI 1,3–2,7) e maior alta com acompanhamento domiciliar (OR 2,11, 95% CI 1,61–2,78) em comparação com a re-SAVR.
Os pacientes que foram submetidos a re-SARV tiveram 59% mais de mortalidade, 63% mais de morbidade e 71% mais de sangramento maior. Os pacientes dentro do grupo V-in-V TAVI mostraram 3,9 vezes mais de possibilidade de alta domiciliar em comparação com a re-SAVR.
Conclusão
Neste estudo que observou uma população de alto risco com degeneração de uma bioprótese na valva aórtica, o V-in-V TAVI parece ter uma vantagem em relação à re-SAVR em 30 dias em termos de mortalidade, morbidade e sangramento maior.
São necessários mais estudos nos pacientes de risco baixo, intermediário e alto para conhecermos sua efetividade a longo prazo.
Gentileza do Dr. Carlos Fava.
Título Original: Comparison of in-hospital outcomes and readmissions for valve-in-valve transcatheter aortic valve replacement vs. reoperative surgical aortic valve replacement: a contemporary assessment of real-world outcomes.
Referência: Sameer A. Hirji, et al. European Heart Journal (2020) 0, 1–9. doi:10.1093/eurheartj/ehaa252.
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