Segundo esta recente análise, a quantidade de horas de sono (tanto poucas como muitas) influem no risco de acometimento de um AVC. Anteriormente tínhamos revisado um estudo publicado no JACC sobre a associação entre o risco de infarto agudo do miocárdio e as horas de sono. Este trabalho parece mostrar resultados similares no que se refere ao sono e risco de AVC.
O trabalho incluiu de forma prospectiva 79.881 homens e mulheres de entre 45 e 79 anos que foram seguidos até o primeiro evento (morte ou AVC) por uma média de 14,6 anos. O trabalho analisou também os polimorfismos genéticos identificados com a duração do sono que foram obtidos de uma base de dados pública disponível (MEGASTROKE e o International Stroke Genetics Consortia).
Dormir muito (> 9 horas por dia) se associou com um incremento do risco total de AVC e de AVC isquêmico (HR 1,12 e 1,14, respectivamente), ao passo que dormir pouco (< 7 horas por dia) aumentou o risco de hemorragia intracerebral.
Estes resultados replicam quase com exatidão os resultados já observados com os infartos, nos quais dormir mais de 9 horas/dia ou menos de 6 horas/dia aumenta entre 20 e 30% o risco de infarto.
Leia também: Quantidade de horas de sono e risco de infarto do miocárdio.
A análise genética não foi tão clara, deixando aberta a possibilidade de uma associação casual. É evidente que falta informação para recomendar uma determinada quantidade de horas a dormir por dia como estratégia de prevenção primária de infartos ou AVCs.
Conclusão
Este grande estudo prospectivo associou um tempo prolongado de sono com um incremento do risco de AVC totais e isquêmicos, ao passo que uma quantidade insuficiente de horas se associou com hemorragia intracerebral.
Título original: Sleep Duration and Stroke. Prospective Cohort Study and Mendelian Randomization Analysis.
Referência: Olga E. Titova et al. Stroke. 2020 Nov;51(11):3279-3285. doi: 10.1161/STROKEAHA.120.029902.
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