Corrigir a deficiência de ferro em pacientes com insuficiência cardíaca pode diminuir o risco de novas internações de acordo com o estudo AFFIRM-AHF publicado na Lancet e apresentado no Congresso AHA 2020.
O desfecho primário combinado entre morte e hospitalizações não foi alcançado, mas sim se conseguiu demonstrar uma redução significativa de 26% nas hospitalizações.
Além do diagnóstico de anemia, a deficiência de ferro é um dos preditores de mau prognóstico e está presente em até 70% dos pacientes com insuficiência cardíaca.
Os dados deste novo trabalho respaldam a ideia de administrar ferro endovenoso em pacientes com déficit de ferro (com ou sem anemia) e uma fração de ejeção inferior a 50%. É assim que o ferro deixa de ser somente um fator prognóstico e passa a ser um fator modificável.
O AFFIRM-AHF foi um trabalho multicêntrico que incluiu 1108 pacientes hospitalizados por insuficiência cardíaca. Todos eles tinham deficiência de ferro definida como uma ferritina sérica < 100 ng/ml ou uma ferritina entre 100 e 299 ng/ml, somada a uma saturação de transferrina < 20%. A média de idade foi de 71 anos e a média da fração de ejeção foi de 33%. Antes da alta, os pacientes foram randomizados entre ferro endovenoso versus placebo.
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Em 52 semanas de seguimento, a taxa de morte cardiovascular foi similar entre ambos os ramos de tratamento assim como o desfecho primário combinado entre morte e hospitalizações. Contudo, quando as novas internações são analisadas por separado, observa-se uma redução significativa de 26%.
hierro-en-ICCTítulo original: Ferric carboxymaltose for iron deficiency at discharge after acute heart failure: a multicentre, double-blind, randomised, controlled trial.
Referência: Ponikowski P et al. Lancet. 2020; Epub ahead of print y presentado en las sesiones científicas del AHA 2020.
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