Após testar múltiplas drogas e combinações nos infectados por COVID-19, somente o Remdesivir – em pacientes hospitalizados – e a dexametasona – naqueles que requerem oxigênio – mostraram algum benefício.
O plasma de pacientes convalescentes tem sido usado há anos com a ideia de que a imunização passiva poderia ajudar a controlar a infecção até a resposta específica do indivíduo se ativar. No entanto, o plasma de pacientes convalescentes demonstrou eficácia para tratar apenas uma infecção, a febre hemorrágica argentina.
Alguns estudos abertos e não randomizados lançaram alguma esperança, mas sem dados definitivos.
Este trabalho randomizou 2:1 pacientes adultos com pneumonia severa por COVID-19 a receber plasma de pacientes convalescentes vs. placebo. Em total, foram incluídos 228 pacientes a receber plasma e 105 a receber placebo. O desfecho primário foi o estado clínico do paciente 30 dias após a infusão medido com uma escala de 6 pontos (da recuperação total à morte).
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O tempo médio entre o início dos sintomas e a inclusão no estudo foi de 8 dias (intervalo de 5 a 10 dias) e a hipoxemia foi o critério de severidade mais frequente. O título de anticorpos anti-SARS-CoV-2 foi de 1:3200.
Após 30 dias não foram observadas diferenças significativas entre os dois grupos (OR 0,83 IC 95%, 0,52 a 1,35; p = 0,46).
A mortalidade total foi de 10,96% no grupo que recebeu plasma e de 11,43% no grupo que recebeu placebo, uma diferença não significativa.
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Os títulos de anticorpos SARS-CoV-2 tenderam a ser mais altos no grupo que recebeu plasma de convalescentes 2 dias após a infusão.
Tanto os eventos adversos totais quanto os eventos adversos graves foram similares entre os grupos.
Conclusão
Não foram observadas diferenças significativas no status clínico ou na mortalidade total entre os pacientes com pneumonia severa por COVID-19 que receberam plasma de convalescentes vs. placebo.
Título original: A Randomized Trial of Convalescent Plasma in COVID-19 Severe Pneumonia. The PlasmAr Study Group.
Referência: V.A. Simonovich et al. N Engl J Med. 2020 Nov 24. Online ahead of print. doi: 10.1056/NEJMoa2031304.
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