O implante percutâneo da valva mitral para tratar próteses biológicas disfuncionais apresenta uma elevada taxa de sucesso técnico com a utilização da Sapien 3.
As próteses biológicas mitrais disfuncionais são um verdadeiro desafio pela frequência dos sintomas e também pela elevada morbimortalidade associada com um novo implante cirúrgico. Como se isso fosse pouco, não existem opções percutâneas especificamente desenhadas para tratar o problema.
A Sapien 3 surgiu como um último recurso, mas graças aos bons resultados tem se consolidado como uma opção.
Este trabalho analisou de maneira prospectiva todos os pacientes que receberam Sapien 3 para tratar uma prótese mitral disfuncional entre 2015 e 2019 e foram incluídos no registro STS. O desfecho primário de eficácia foi a mortalidade em um ano e os secundários incluíram mortalidade em 30 dias, classe funcional e desempenho da válvula.
Leia também: Plasma de convalescentes para pneumonia severa por COVID-19.
Em total foram incluídos 1529 pacientes que receberam valve in valve mitral por acesso transeptal ou transapical em 295 centros. O sucesso técnico foi alcançado em 96,8% da população e a mortalidade em 30 dias e em um ano foi de 5,4% e de 16,7%, respectivamente.
O acesso transeptal se associou com uma menor mortalidade em um ano em comparação com o acesso transapical (15,8% vs. 21,7%; p = 0,03).
O implante da nova válvula trouxe um alívio imediato e sustentável dos sintomas. A classe funcional basal foi III/IV em 87,1% da população vs. 9,7% em um ano.
Conclusão
O implante percutâneo da valva mitral em próteses mitrais biológicas disfuncionais se associou com uma alta taxa de sucesso técnico, baixa mortalidade em 30 dias e em um ano, além de uma melhora significativa dos sintomas de insuficiência cardíaca.
Esta opção deve se considerada para a maioria dos pacientes com próteses mitrais disfuncionais e anatomia favorável.
Título original: One-Year Outcomes of Mitral Valve-in-Valve Using the SAPIEN 3 Transcatheter Heart Valve.
Referência: Brian Whisenan et al. JAMA Cardiol. 2020;5(11):1245-1252. doi:10.1001/jamacardio.2020.2974.
Subscreva-se a nossa newsletter semanal
Receba resumos com os últimos artigos científicos