Risco de obstrução coronariana no reTAVI

À medida que a informação sobre a durabilidade do implante percutâneo da valva aórtica (TAVI) se consolida, o foco parece ir mudando para a factibilidade de um retratamento. Já não parece tão importante saber quanto vai durar a válvula, mas sim quão factível é um novo procedimento. 

TAVI SURAVI

A posição supra-anular das valvas e a altura do stent da prótese autoexpansível Evolut PRO e Evolut PRO + podem causar obstrução coronariana nos procedimentos de “TAVI in TAVI” ou complicar um futuro acesso às coronárias. 

O registro EPROMPT incluiu prospectivamente pacientes submetidos a TAVI com a última geração comercialmente disponível da prótese autoexpansível. Foi feita uma tomografia 30 dias após o procedimento para simular um futuro segundo procedimento de “TAVI in TAVI” e estimar tanto o risco de obstrução coronariana quanto a factibilidade do acesso às coronárias. 

81 pacientes contaram com uma tomografia interpretável que permitiria simular um segundo procedimento. 

Quase um quarto (23%) dos pacientes poderiam apresentar sequestro dos seios de Valsalva com a conseguinte obstrução coronariana durante um futuro “TAVI in TAVI” com a mesma prótese. 


Leia também: Gorduras saturadas: anjos ou demônios da dieta?


A simulação por tomografia também predisse que a porção mais alta das valvas poderia ocultar o acesso às coronárias em até 78% dos pacientes. 

Já em uma espécie de platô com relação às melhoras de design que os dispositivos podem apresentar para diminuir os eventos, o foco poderia estar em facilitar futuros procedimentos. 

Conclusão

É necessário redefinir o design e implementar melhoras nos dispositivos para diminuir o risco de obstrução coronariana perante um eventual implante valvar futuro. Isso deve incluir um melhor acesso às coronárias. 

Título original: Risk of Coronary Obstruction and Feasibility of Coronary Access After Repeat Transcatheter Aortic Valve Replacement With the Self- Expanding Evolut Valve. A Computed Tomography Simulation Study.

Referência: Brian J. Forrestal et al. Circ Cardiovasc Interv. 2020;13:e009496. DOI: 10.1161/CIRCINTERVENTIONS.120.009496.


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Mais artigos deste autor

Impacto da pós-dilatação com balão na durabilidade a longo prazo das biopróteses após o TAVI

A pós-dilatação com balão (BPD) durante o implante percutâneo da válvula aórtica (TAVI) permite otimizar a expansão da prótese e reduzir a insuficiência aórtica...

TAVI em insuficiência aórtica nativa pura: são realmente superiores os dispositivos dedicados?

Esta metanálise sistemática avaliou a eficácia e a segurança do implante percutâneo da valva aórtica em pacientes com insuficiência aórtica nativa pura. O desenvolvimento...

Desafios contemporâneos na oclusão do apêndice atrial esquerdo: enfoque atualizado sobre a embolização do dispositivo

Embora a oclusão percutânea do apêndice atrial esquerdo seja, em geral, um procedimento seguro, a embolização do dispositivo – com uma incidência global de...

Remodelamento cardíaco após a oclusão percutânea da CIA: imediato ou progressivo?

A comunicação interatrial (CIA) é uma cardiopatia congênita frequente que gera um shunt esquerda-direita, com sobrecarga de cavidades direitas e risco de hipertensão pulmonar...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

Impacto da pós-dilatação com balão na durabilidade a longo prazo das biopróteses após o TAVI

A pós-dilatação com balão (BPD) durante o implante percutâneo da válvula aórtica (TAVI) permite otimizar a expansão da prótese e reduzir a insuficiência aórtica...

TAVI em insuficiência aórtica nativa pura: são realmente superiores os dispositivos dedicados?

Esta metanálise sistemática avaliou a eficácia e a segurança do implante percutâneo da valva aórtica em pacientes com insuficiência aórtica nativa pura. O desenvolvimento...

Tratamento antiplaquetário dual em pacientes diabéticos com IAM: estratégia de desescalada

A diabetes mellitus (DM) é uma comorbidade frequente em pacientes hospitalizados por síndrome coronariana aguda (SCA), cuja prevalência aumentou na última década e se...