A infecção primária por COVID-19 protege de possíveis reinfecções?

Os resultados deste trabalho sugerem que as reinfecções são relativamente raras nos pacientes que se recuperam da COVID-19. Além disso, a imunidade natural contra o SARS-CoV-2 persiste por ao menos um ano e proporciona um grau de proteção similar ao reportado pelas vacinas. 

¿La infección primaria por COVID-19 protege de posibles reinfecciones?

Esses dados foram obtidos a partir de casos que contraíram o vírus original. Por enquanto não sabemos se a proteção é verificável com as novas variantes. 

O risco de reinfecção nos trabalhadores da saúde tem sido motivo de estudos e publicações. No entanto, não tínhamos informação suficiente sobre qual é o risco na população geral. 

Em tal sentido, saber se a população recuperada pode voltar a se infectar é crucial para administrar o tempo das quarentenas em casos de contato estreito e também para otimizar as campanhas de vacinação. 

Os autores deste trabalho publicado no JAMA investigaram a taxa de reinfecção em indivíduos que apresentaram a infecção primária confirmada por PCR durante a primeira onda da pandemia na Itália (entre fevereiro e julho de 2020). Foram incluídos tanto pacientes sintomáticos quanto assintomáticos de todas as idades. 

Os resultados de 122.007 testes de PCR realizados na Lombardia durante esse período foram utilizados para dividir a população entre os infectados (PCR positivo) e os não infectados (PCR negativo). 


Leia também: Aspirina ou clopidogrel pós-TAVI: guias e estudos cheios de contradições.


As reinfecções foram definidas como um novo teste de PCR positivo 90 dias depois de resolvido o primeiro quadro e com ao menos 2 testes negativos consecutivos no meio. 

Durante o seguimento foram observadas 5 reinfeções de um total de 1579 indivíduos originalmente positivos. Somente um deles necessitou ser hospitalizado. O tempo médio entre a primeira infecção e a segunda foi de 230 dias. 

Quinhentos e vinte e oito indivíduos dos 13.496 que originalmente apresentaram um teste de PCR negativo se infectaram no seguimento. 


Leia também: Guias americanos e europeus de fibrilação atrial: em que se diferenciam?


Isso representa uma incidência por cada 100.000 pessoas de 1 para as reinfecções vs. 15,1 para as novas infecções. 

Após analisar as incidências acumuladas durante o seguimento observou-se uma diferença significativa entre ambas as coortes. Trocando em miúdos, a infecção durante a primeira onda ofereceu proteção durante a segunda onda. 

É importante recordar que toda essa informação não leva em consideração as novas variantes do vírus nem o efeito da vacinação. 

Reinfección-Covid

Título original: Assessment of SARS-CoV-2 Reinfection 1 Year After Primary Infection in a Population in Lombardy, Italy.

Referência: Josè Vitale et al. JAMA Intern Med. 2021 May 28. Online ahead of print. doi: 10.1001/jamainternmed.2021.2959. 


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Mais artigos deste autor

Vale a pena a 3ª dose contra a COVID-19 para todas as idades?

A resposta é contundente: sim, vale a pena. Em todas as faixas etárias estudadas a taxa de confirmados para COVID-19 e doentes severos foi...

Eficácia da 3ª dose da Pfizer contra a Ômicron

A vacina BNT162b2 (Pfizer/BioNTech) demonstrou previamente 95% de eficácia contra a infecção por COVID-19. Esta eficácia foi variando com o surgimento das diferentes variantes...

A variante Ômicron coloca novamente os sistemas de saúde no limite, mas com esperanças

A última variante de importância da COVID-19, a cepa Ômicron, está novamente colocando o sistema mundial de saúde à beira do colapso, superando 300...

Os artigos mais lidos de 2021 | COVID-19

Mais um chega ao fim e a SOLACI propõe repassar os trabalhos mais lidos da nossa web em um tópico muito importante, que é...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

Resultados a longo prazo do Registro internacional de Chaminés (Chimney Registry)

O registro internacional Chimney (ou Chaminés) foi um estudo observacional dedicado a avaliar o uso do chimney stenting durante o procedimento de TAVI, tanto...

CANNULATE TAVR extended study: Impacto do alinhamento comissural e coronariano na canulação das coronárias após o TAVI com Evolut Fx

A nova válvula Evolut FX demonstrou um melhor alinhamento comissural em comparação com sua predecessora, a Evolut Pro+. Estudos prévios já tinham evidenciado que...

Capacitação técnica semipresencial em Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista SOLACI-CACI

Abrimos as inscrições para uma nova edição do Curso SOLACI-CACI 2025 semipresencial em Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista para Técnicos e Enfermeiros. Veja abaixo toda a...