Os trabalhadores da saúde vacinados apresentam um risco de contrair o SARS-Cov-2 de aproximadamente 1%, uma porcentagem bastante mais elevada que as cifras reportadas nos estudos clínicos.
Existem inúmeras razões para explicar dita diferença. No entanto, devemos colocar ênfase na importância crítica das medidas de proteção, tais como a utilização de máscara, o distanciamento social, a busca diária de sintomas e a realização regular de testes.
Os trabalhos publicados no NEJM sobre as duas vacinas baseadas no RNA mensageiro – Pfizer e Moderna – mostraram uma eficácia de 95% e de 94,1%, respectivamente, para prevenir casos sintomáticos de COVID-19 7 dias (Pfizer) e 14 dias (Moderna) após a 2ª dose.
Os trabalhadores da saúde de duas Universidades da Califórnia (San Diego e Los Angeles) começaram a ser vacinados em dezembro de 2020 dentro de uma estratégia de muito baixo limiar para se submeterem ao teste perante o menor sintoma e uma busca sistemática de assintomáticos com a realização de testes semanais de PCR.
Entre dezembro de 2020 e fevereiro de 2021 28.158 trabalhadores receberam o esquema completo de alguma das duas vacinas baseadas no RNA mensageiro.
Somente 8 pessoas foram positivas no teste de PCR entre os 8 e os 14 dias da 2ª dose e somente 7 pessoas depois dos 15 dias.
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Nesta coorte, o risco absoluto de apresentar um teste positivo para SARS-CoV-2 foi de 1,19% em San Diego e de 0,97% em Los Angeles.
Ditos riscos estão acima dos reportados em ambos os trabalhos publicados sobre a eficácia destas vacinas. Podem surgir várias explicações, mas as duas mais óbvias são a realização exaustiva de testes para diagnosticar assintomáticos e a maior exposição ao vírus em comparação com a população geral dos estudos.
Estes dados respaldam a eficácia das vacinas mas também colocam sobre a mesa a importância de manter todas as medidas de proteção.
nejm-infección-post-vacuna-freeTítulo original: SARS-CoV-2 Infection after Vaccination in Health Care Workers in California.
Referência: Jocelyn Keehner et al. N Engl J Med. 2021 May 6;384(18):1774-1775. doi: 10.1056/NEJMc2101927.
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