Dar alta no mesmo dia após uma angioplastia programada sem complicações foi uma forma de reduzir custos para as instituições que acabou sendo uma estratégia muito segura e cômoda para os pacientes.
Ao chegar a pandemia, a escassez de leitos disponíveis, a possibilidade de reduzir a exposição dos pacientes não infectados e a sempre vigente redução de custos hospitalares fez com que a alta no mesmo dia se transformasse em uma necessidade para muitos centros.
Felizmente, a evidência sobre a segurança da alta no mesmo dia já estava provada antes da chegada da COVID-19. Isso só fez com que muitos operadores percebessem a necessidade de implementá-la.
Este trabalho incluiu 819.091 pacientes que foram submetidos a angioplastia programada em 1716 centros. Analisou-se a associação entre a alta no mesmo dia e a mortalidade em 30 dias mais a possibilidade de re-hospitalizações.
Nesta série, 14% dos pacientes receberam alta no mesmo dia, embora a proporção tenha aumentado progressivamente com o seguimento: passou de 4,5% no princípio a quase 30% no final. Dito incremento ocorreu de forma concomitante com a passagem do acesso femoral ao radial.
A mortalidade em 30 dias foi idêntica em todo o período de seguimento, embora o risco ajustado de re-hospitalizações tenha diminuído, o que foi mais significativo para os pacientes que receberam alta no mesmo dia (p para a interação < 0,001).
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Esta estratégia de comprovada segurança (juntamente com o acesso radial) pode ser uma arma efetiva para não diminuir as angioplastias programadas durante a pandemia.
Conclusão
Observou-se um aumento de altas no mesmo dia após uma angioplastia coronariana desde o início de dita prática até a atualidade. A mortalidade não se viu comprometida e as re-hospitalizações de fato diminuíram, o que confirma a segurança da estratégia.
Nestes tempos de pandemia, a alta no mesmo dia pode se revestir de vantagens adicionais.
Título original: Trends in Use and Outcomes of Same-Day Discharge Following Elective Percutaneous Coronary Intervention.
Referência: Steven M Bradley et al. JACC Cardiovasc Interv. 2021 Aug 9;14(15):1655-1666. doi: 10.1016/j.jcin.2021.05.043.
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