Os aneurismas da aorta abdominal são aqueles que possuem um diâmetro aórtico de mais de 3 cm. Seu principal perigo é o risco de ruptura e posterior morte por hemorragia. Em consequência, o objetivo do tratamento é reparar o aneurisma antes da ruptura.
Em dito aspecto, o mais relevante preditor da ruptura é o diâmetro do aneurisma. Em outras palavras, quanto maior o aneurisma, maior o risco de ruptura.
Os estudos randomizados não mostraram vantagens em termos de sobrevida com a intervenção em aneurismas de menos de 5,5 cm com cirurgia vs. uma vigilância estreita. Toda essa evidência fez com que dito diâmetro de 5,5 cm se tornasse um ponto de corte adequado. Em tal sentido, vigiar estreitamente os aneurismas com um diâmetro inferior a 5,5 cm é seguro e custo-efetivo.
A vigilância estreita, entre outras coisas, é feita para detectar aqueles aneurismas que podem apresentar um crescimento acelerando do saco (>1 cm em um ano), embora falte informação rigorosa que respalde a intervenção em dito contexto.
Os pontos clínicos cruciais para o manejo de aneurismas da aorta abdominal em 2021 são:
- Fatores de risco como idade avançada, sexo masculino, história familiar, tabagismo, hipercolesterolemia e hipertensão. O risco é mais baixo nos diabéticos.
- A reparação nos homens é recomendada nos casos em que o diâmetro máximo do aneurisma é de 5,5 cm ou mais e nas mulheres quando o diâmetro máximo é de 5 cm ou mais.
- A reparação endovascular dos aneurismas da aorta se associa a um menor risco de complicações perioperatórias e morte que a cirurgia aberta.
- A vantagem inicial da reparação endovascular se mantém por 2 ou 3 anos após o procedimento. Não existem diferenças a longo prazo em termos de morte.
- A reparação endovascular se associa a mais reintervenções, em geral com procedimentos simples. Se considerarmos toda a vida do paciente, a cirurgia aberta se associa a mais reintervenções devido à laparotomia.
- Para a vigilância estreita, tanto a tomografia como a ecografia são métodos diagnósticos adequados.
Leia também: TCT 2021 | STOPDAPT-2 y MASTER-DAPT: a discussão continua do ESC ao TCT
Esta é a informação mais resumida e sem grandes mudanças com relação ao que já tínhamos dos últimos tempos. Em tal sentido, os dados são tranquilizadores, já que indicam que conhecemos bastante bem as possibilidades de evolução da doença e podemos nos adiantar a ela.
nejmcp2108504Título original: Management of Abdominal Aortic Aneurysms.
Referência: Andres Schanzer et al. N Engl J Med 2021;385:1690-8. DOI: 10.1056/NEJMcp2108504.
Subscreva-se a nossa newsletter semanal
Receba resumos com os últimos artigos científicos