Utilização de IVUS em doença vascular periférica. Devemos utilizar essa ferramenta mais frequentemente em intervenções periféricas?

O uso de ultrassom intravascular (IVUS) tem crescido rapidamente e vários estudos randomizados e observacionais têm demonstrado melhoras nos resultados dos pacientes que são submetidos a angioplastia coronariana com essa ferramenta. 

¿Es frecuente el uso de IVUS para guiar la ATC?

No entanto, a evidência de IVUS em intervenções periféricas é mais limitada. Estudos observacionais encontraram similares benefícios quando o IVUS era parte da estratégia de revascularização. Em uma metanálise de 8 estudos observacionais o uso de IVUS teve similares resultados de perviedade e reintervenção em comparação com somente angiografia, mas esteve associado a uma menor taxa de eventos adversos periprocedimento e complicações vasculares. 

O objetivo deste estudo retrospectivo foi avaliar a tendência, a variação e os resultados com o uso de IVUS durante as intervenções periféricas entre os pacientes beneficiários de um seguro de saúde. 

O desfecho primário (DP) foram os eventos adversos maiores (MALE), definidos como uma combinação de isquemia aguda de membros inferiores (trombose/embolia) ou amputação maior de uma extremidade. O desfecho secundário (DS) incluiu amputação maior (definida como amputação da parte dianteira do pé ou falanges). 

Foram incluídos 543.488 pacientes que tinham sido submetidos a intervenção periférica, dentre os quais 11.7% com auxílio de IVUS. Observou-se um incremento no uso de IVUS. A idade média da população foi de 76 anos e a maioria dos pacientes eram homens. O território mais afetado foi o femoropoplíteo. A forma de apresentação clínica mais frequente foi a claudicação intermitente seguida da isquemia crítica de membros inferiores. 

Lea tambien: Mudanças na decisão do tratamento segundo reavaliação com OCT.

Com relação ao DP, a utilização de IVUS diminuiu significativamente o índice de MALE (p < 0,0001), isquemia aguda de membros inferiores (p < 0,0001) e amputação maior (p < 0,0001). Ao analisar os resultados do DS, novamente a utilização de IVUS diminuiu a taxa de amputação menor (p < 0,0001) ou qualquer amputação (p < 0,0001).

Conclusão

Segundo os dados deste estudo, o uso de IVUS tem crescido em intervenções periféricas desde 2016. Ao utilizá-lo como estratégia terapêutica, observou-se uma melhora dos resultados, incluindo menor taxa de MALE. São necessários estudos prospectivos que confirmem a utilidade do IVUS e que permitam detectar cenários clínicos específicos nos quais a utilização do mesmo seja empregada na tomada de decisões. 

Dr. Andrés Rodríguez.
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org.

Título Original: Temporal Trends, Practice Variation, and Associated Outcomes With IVUS Use During Peripheral Arterial Intervention.

Referência: Sanjay Divakaran, MD et al J Am Coll Cardiol Intv 2022;15:2080–2090.


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