ACC 2024 | Estudo PREVENT

A utilização de imagens intravasculares para identificar placas vulneráveis (VP) demonstrou ser de grande utilidade, já que ditas placas estão associadas a um aumento dos eventos adversos cardíacos maiores. Na atualidade, o tratamento médico ótimo é considerado o padrão estabilizar as placas vulneráveis. Porém, a segurança e a efetividade do tratamento preventivo mediante angioplastia coronariana (ATC) em tal cenário surgem como uma alternativa viável, embora ainda não haja certezas sobre isso. 

ACC 2024

O objetivo deste estudo randomizado e controlado foi avaliar se a ATC preventiva das VP melhora os resultados clínicos em comparação com o tratamento médico empregado de forma isolada. 

O desfecho primário (DP) foi a falha do vaso tratado (TVF), definida como um conjunto de eventos que incluem morte por causas cardíacas, infarto do miocárdio relacionado com o vaso tratado, revascularização do vaso tratado induzida por isquemia ou hospitalização por angina instável ou progressiva depois de 2 anos da randomização. As VP foram definidas entendendo-se como uma estenose coronariana de mais de 50% com reserva de fluxo fracionada (FFR) negativa (≥0.80), junto com dois dos seguintes critérios: área luminal mínima (MLA) ≤ 4 mm2, volume de placa > 70%, presença de fibroateroma com capa fina (Thin-cap fibroatheroma) definido por OCT ou IVUS, e presença de placa rica em lipídios definida por NIRS.

Leia Também: Paclitaxel e mortalidade em intervenções vasculares periféricas: debate concluído?

Foram analisados 1600 pacientes, dentre os quais 800 foram designados de forma aleatória ao grupo de tratamento médico e 800 ao grupo de ATC preventiva mais tratamento médico. Com relação ao DP, observou-se que o grupo de ATC preventiva mais tratamento médico teve uma menor incidência acumulada de TVF em 2 anos em comparação com o grupo de tratamento médico (ATC preventiva 0,4% vs. tratamento médico 3,4%, HR 0,11 [IC de 95% 0,03-0,36], p = 0,0003). Tais resultados se mantiveram em 7 anos de seguimento, com uma menor incidência de TVF no grupo de ATC preventiva (6,5%) em comparação com o grupo de tratamento médico (9,4%), HR 0,54 [IC de 95% 0,33-0,87], p = 0,0097.

Conclusões 

Neste estudo, a ATC preventiva seguida de tratamento médico resultou em uma menor incidência de eventos adversos cardíacos maiores em comparação com o tratamento médico isoladamente em lesões de VP que não limitavam o fluxo coronariano. 

Dr. Andrés Rodríguez.
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org.

Título Original: PREVENT Preventive PCI versus Medical Therapy Alone for Treatment of Vulnerable Atherosclerotic Coronary Plaques.

Referência: Seung-Jung Park et al. 


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