A grande maioria dos pacientes que são submetidos a cirurgia de revascularização miocárdica (CRM) recebem pelo menos uma ponte venosa (PV). Como é bem sabido, a degeneração e a estenose severa dessas PV são frequentes, o que impossibilita muitos pacientes de serem submetidos a ATC nas artérias nativas e faz com que eles tenham que recorrer a uma intervenção em ditas pontes venosas.
Diversos estudos prévios demonstraram que os resultados da ATC são melhores nas artérias nativas do que nas PV.
No entanto, ainda não se definiu de forma segura se as angioplastias coronarianas em pontes venosas com stents modernos oferecem uma melhor evolução no mundo real.
O registro SCAAR incluiu 2198 pacientes que tinham sido submetidos a CRM e apresentavam uma lesão severa de novo em uma PV. Dentre eles, 1290 (58,7%) receberam um stent na PV, ao passo que os outros pacientes receberam múltiplos stents que incluíam a PV e, em alguns casos, também alguma artéria nativa.
Os grupos de estudo apresentavam características similares: a idade média foi de 74 anos, 14% da população estava composto por mulheres, 22% tinha diabetes mellitus dependente de insulina e 18% não dependente de insulina. Além disso, 92% dos pacientes tinham hipertensão, 91% dislipidemia, 65% eram tabagistas, 69% tinham tido um infarto e 45% tinham sido submetidos a uma ATC previamente.
50% dos pacientes foram admitidos com infarto agudo do miocárdio sem elevação do ST (IAMNST), 22% com angina estável e em menor proporção com infarto agudo do miocárdio com elevação do ST (IAMST), angina crônica estável e isquemia silente.
Na metade dos casos foi utilizado o acesso radial. A ATC nos PV foi feita na artéria circunflexa em 50% dos procedimentos, na coronária direita em 38% e na descendente anterior em 22%. A taxa de sucesso do procedimento foi ide 98,3%.
Em um ano e em três anos de acompanhamento não foram observadas diferenças significativas em termos de mortalidade (9,2% e 19,8%, respectivamente), infarto (9,1% e 21,1%), revascularização da lesão tratada (TLR) (4,3% e 13,6%), trombose do stent (1,2% e 2,9%) ou reestenose (4,3% e 10,8%).
Conclusão
Neste registro, os pacientes que foram submetidos a ATC em PV com a utilização de stents eluidores de fármaco de última geração apresentaram características clínicas de alto risco e uma alta taxa de eventos clínicos adversos. Contudo, a incidência de eventos relacionados especificamente com o stent ou com as lesões tratadas foi baixa.
Título Original: Outcome of Saphenous Vein Graft Percutaneous Coronary Intervention Using Contemporary Drug-Eluting Stents: A SCAAR Report.
Referência: Saman Saidi-Seresht, et al. JSCAIhttps://doi.org/10.1016/j.jscai.2024.102232. Article in press.
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