Melhores resultados da angioplastia com DES guiada por IVUS vs angiografia somente

Título original: Intravascular Ultrasound-Guided Implantation of Drug-Eluting Stents to Improve Outcome. A Meta-Analysis. Referência: Jae-Sik Jang et al. J Am Coll Cardiol Intv 2014, epub ahead of print.

Vários estudos prévios e meta análises mostraram que o implante de stent convencional (BMS) guiado por ultrassonografia intravascular (IVUS) pode diminuir a reestenose e os eventos clínicos. Esta informação ainda não estava clara para os stents farmacológicos.

Esta meta análise incluiu 15 estudos (3 randomizados e 12 observacionais) com um total de 24849 pacientes, 11793 que receberam angioplastia guiada por IVUS e 13056 guiada por angiografia. A angioplastia guiada por IVUS mostrou uma significativamente menor taxa de morte por qualquer causa (OR 0.64; IC 95% 0.51 a 0.81; p < 0.001), infarto agudo de miocárdio (OR 0.57; IC 95% 0.42 a 0.78; p < 0.001) e revascularização do vaso alvo (OR 0.81; IC 95% 0.68 a 0.95; p=0.01).

A angioplastia guiada por IVUS também este associada com uma significativamente menor trombose definitiva ou provável (OR 0.59; IC 95% 0.42 a 0.82; p=0.002). Globalmente, o IVUS diminuiu em 21% o risco de eventos combinados e em 36% o risco de morte comparado com a angioplastia guiada por angiografia somente.

Na análise estratificada de acordo com o desenho do estudo foi observada uma significativa menor incidência de eventos nos estudos não randomizados (OR 0.81; IC 95% 0.68 a 0.96; p=0.02) comparado com os estudos randomizados. De fato estes últimos somente mostraram uma tendência em favor do IVUS vs a angiografia (OR 0.69; IC 95% 0.46 a 1.04; p=0.07).

Conclusão

Esta meta análise mostrou que a angioplastia com stents farmacológicos guiada por IVUS reduz eventos clínicos comparado com a guia angiográfica somente. São necessários mais trabalhos com um adequado poder estadístico para identificar pacientes ou lesões com diferentes perfiles de risco que possam vir a ser beneficiados especialmente por essa técnica.

Comentário editorial

A vantagem do IVUS neste trabalho pareceria estar relacionada a una menor incidência de infarto ou morte mais do que a uma diminuição da reestenose angiográfica ou a taxa de revascularização repetida. O mecanismo estaria relacionado com a capacidade do IVUS para identificar fatores associados a complicações peri procedimento como dissecação ou hematoma nas bordas, sub expansão ou má aposição do stent.

SOLACI.ORG

Mais artigos deste autor

É realmente necessário monitorar todos os pacientes após o TAVI?

Os distúrbios de condução (DC) posteriores ao implante percutâneo da valva aórtica (TAVI) constituem uma complicação frequente e podem incidir na necessidade de um...

Doença de tronco da coronária esquerda: ATC guiada por imagens intravasculares vs. cirurgia de revascularização miocárdica

Múltiplos ensaios clínicos randomizados demonstraram resultados superiores da cirurgia de revascularização coronariana (CABG) em comparação com a intervenção coronariana percutânea (ATC) em pacientes com...

Valvoplastia aórtica radial: vale a pena ser minimalista?

A valvoplastia aórtica com balão (BAV) foi historicamente empregada como estratégia de “ponte”, ferramenta de avaliação ou inclusive tratamento paliativo em pacientes com estenose...

AHA 2025 | TUXEDO-2: manejo antiagregante pós-PCI em pacientes diabéticos multivaso — ticagrelor ou prasugrel?

A escolha do inibidor P2Y12 ótimo em pacientes diabéticos com doença multivaso submetidos a intervenção coronariana percutânea (PCI) se impõe como um desafio clínico...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

Assista novamente: Embolia Pulmonar em 2025 — Estratificação de Risco e Novas Abordagens Terapêuticas

Já está disponível para assistir o nosso webinar “Embolia Pulmonar em 2025: Estratificação de Risco e Novas Abordagens Terapêuticas”, realizado no dia 25 de...

Um novo paradigma na estenose carotídea assintomática? Resultados unificados do ensaio CREST-2

A estenose carotídea severa assintomática continua sendo um tema de debate diante da otimização do tratamento médico intensivo (TMO) e a disponibilidade de técnicas...

Remodelamento cardíaco após a oclusão percutânea da CIA: imediato ou progressivo?

A comunicação interatrial (CIA) é uma cardiopatia congênita frequente que gera um shunt esquerda-direita, com sobrecarga de cavidades direitas e risco de hipertensão pulmonar...