Tanto o pós-condicionamento isquêmico quanto o adiamento do implante do stent não mostraram benefício nos trabalhos randomizados conduzidos como parte do programa DANAMI 3.
Tanto no DANAMI 3-DEFER quanto no DANAMI 3-iPOST foram observados pequenos incrementos na função ventricular com a intervenção, mas os desfechos clínicos não tiveram modificação.
Isso não significa que os resultados devam ser considerados como negativos mas sim que o tratamento que dispensamos hoje para os infartos é quase ótimo, motivo pelo qual é muito difícil mostrar uma diferença significativa com uma nova intervenção.
O DANAMI 3-DEFER foi realizado em 4 centros com capacidade para angioplastia primária da Dinamarca e incluíram 1.215 pacientes randomizados a angioplastia primária convencional ou stent diferido.
No grupo diferido utilizou-se uma mínima intervenção mecânica para reestabelecer o fluxo na artéria culpada pelo infarto e reavaliar com um novo cateterismo em 48 horas. 14% dos pacientes não recebeu stent vs. 1% do grupo convencional.
Adiar o implante do stent não reduziu a taxa do desfecho primário (combinação de morte por qualquer causa, reinternação por insuficiência cardíaca, reinfarto ou qualquer revascularização não planejada na artéria culpada pelo infarto) em um segmento médio de 42 meses (17% vs. 18%; HR 0,99; IC 95% 0,76-1,29). Dos componentes individuais, somente a revascularização não planejada foi diferente entre os grupos com uma maior taxa naqueles com implante diferido de stent (7% vs. 4%; HR 1,70; IC 95% 1,04-2,92).
No DANAM 3-iPOST provou-se a utilidade do pós-condicionamento isquêmico que se consistiu em 4 oclusões de 30 segundos de duração com balão com a intenção de diminuir a injúria de reperfusão.
Este trabalho incluiu 1.234 pacientes randomizados a angioplastia convencional vs. pós-condicionamento isquêmico.
O pós-condicionamento isquêmico não mostrou benefícios quando comparado com a angioplastia convencional(10,5% vs. 11,2%; HR 0,93; IC 95% 0,66-1,30) e isso se observou em todos os subgrupos.