Título original: Predictors of Restenosis Following Carotid Angioplasty and Stenting.
Referência: Elena Zapata-Arriaza et al. Stroke. 2016 Jun 21. Epub ahead of print.
A reestenose após a angioplastia carotídea está associada a um aumento do risco de AVC e morte. O objetivo deste trabalho foi determinar o risco e os fatores preditores relacionados com a reestenose carotídea e sua ligação com eventos cerebrovasculares recorrentes.
Todos os pacientes consecutivos com estenose carotídea tratados com angioplastia (n = 1060) no Hospital Universitário foram incluídos (entre 2002 e 2013). O seguimento foi feito de maneira prospectiva avaliando a reestenose, AVC ipsilateral e morte. A reestenose foi definida como uma lesão ≥ 70% por ecografia na carótida previamente tratada.
Dos 1060 pacientes tratados, 9,2% (97) evoluíram com reestenose no seguimento (média de 12 meses, intervalo 9-32).
A ocorrência de reestenose se associou a AVC ipsilateral (p = 0,049).
Após realizar uma regressão logística, observou-se que a hipertensão (HR 6,2; P = 0,002), a diminuição da vasorreatividade HR 1,7; p = 0,019) e a angioplastia sem stent (HR 2,9; p = 0,012) foram preditores independentes de reestenose > 70%.
Conclusão
A reestenose carotídea se associa a AVC ipsilateral no seguimento. Na população do centro estudado, foram preditores de reestenose a hipertensão, a angioplastia com balão e a vasorreatividade reduzida.
Comentário editorial
Devido à alta prevalência de hipertensão (o preditor mais forte de reestenose) nos pacientes com doença vascular periférica, em geral, e com lesão carotídea, em particular, este dado parece pouco útil para selecionar pacientes antes do procedimento. Algo similar ocorre com a angioplastia com balão, que, embora seja um preditor importante nesta séria, está em desuso na prática contemporânea. A relativamente alta taxa de reestenose nesta série pode estar relacionada com os pacientes que receberam somente angioplastia com balão.
Uma pergunta que falta ser respondida é qual seria o tratamento da reestenose, embora, dado o momento em que foram incluídos os pacientes, muitas tecnologias atuais como os balões farmacológicos, ainda não estivessem disponíveis.
O que sim, pode ser resgatado do trabalho, é o fato de que a reestenose se associa ao AVC, o que torna o seguimento ecográfico importante.
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