Nesta grande coorte de pacientes não selecionados constatou-se que existe uma pequena minoria de pacientes que têm uma recuperação tórpida após o implante percutâneo da valva aórtica (TAVI). No entanto, para a enorme maioria os resultados continuam melhorando com o tempo. O trabalho pôde reajustar o modelo de risco para prever a qualidade de vida pós-TAVI, o que nos proporciona uma ferramenta potencial para assessorar os pacientes de maneira apropriada sobre as expectativas de recuperação ou inclusive para prever futilidade e evitar o procedimento.
Dos estudos clínicos randomizados de pacientes de alto risco surgiu um modelo que foi validado externamente para predizer maus resultados pós-TAVI. No entanto, este modelo não funcionava bem em populações de menor risco ou não selecionadas da prática clínica diária. O objetivo deste trabalho foi otimizar a capacidade deste modelo de risco para prever pobres resultados pós-TAVI.
Dentre 13.351 pacientes que receberam TAVI em 252 centros dos Estados Unidos entre 2011 e 2015 observou-se uma taxa anual de maus resultados de 38,9% que esteve relacionada a morte em 20,7% ou a uma pobre qualidade de vida ou piora em relação ao estado prévio em 18,2%.
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Esta taxa de maus resultados, que impressiona pela magnitude, felizmente mostrou uma tendência à baixa: passou de 42% em 2012 a 37,8% em 2015 (p = 0,076).
O modelo de risco original dos trabalhos randomizados não se ajustava bem nesta população não selecionada.
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O trabalho fez uma reestimativa dos coeficientes do modelo e voltou a testar sua capacidade de prever maus resultados, passando então a funcionar muito melhor (tanto globalmente quanto nos subgrupos) e alcançando um índice C de 0,65 e um excelente ajuste.
Conclusãoa
Uma grande quantidade de pacientes ainda não alcança os resultados esperados pós-TAVI. Este ajuste do modelo de predição de maus resultados em um ano é muito mais preciso e pode nos ajudar a selecionar melhor nossos pacientes candidatos a TAVI.
Título original: Predicting Quality of Life at 1 Year After Transcatheter Aortic Valve Replacement in a Real-World Population.
Referência: Suzanne V. Arnold et al. Circ Cardiovasc Qual Outcomes. 2018;11:e004693.
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