A cirurgia de revascularização miocárdica guiada por fluxo fracionado de reserva (FFR) tem uma taxa de falha das pontes e desfechos clínicos similares a quando é guiada somente por angiografia.
O valor do FFR para estimar uma lesão que se encontra em plano de angiografia é indiscutível, mas não podemos fazer a mesma afirmação de forma tão categórica se a mesma lesão tiver previsão de tratamento por cirurgia de revascularização miocárdica. Há muito tempo, desde quando o Dr. Mason Sones fazia cateterismo e o Dr. René Favaloro realizava as cirurgias os cirurgiões têm confiado somente na angiografia para planejar a estratégia.
Este trabalho randomizado avaliou a perviedade das pontes e desfechos clínicos após a cirurgia de revascularização miocárdica guiada por FFR e guiada por angiografia.
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Um total de 100 pacientes encaminhados a cirurgia foram randomizados a guia angiográfica ou guia com FFR.
No grupo guiado por FFR, as lesões coronarianas com um FFR > 0,8 foram diferidas e foi planejada uma nova estratégia para definir em que lugares conectar as pontes, ao passo que no grupo guiado por angiografia os cirurgiões foram cegos para as medições de FFR.
O desfecho primário foi a porcentagem de falha das pontes em relação ao total de pontes confeccionadas após 6 meses.
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O seguimento angiográfico foi concluído em 72 pacientes (39 vs. 33 dos grupos FFR e angiografia, respectivamente).
A taxa de falha das pontes foi similar nos dois grupos (16% vs. 12%; p = 0,97). As taxas de morte, infarto e AVC foram também similares e não se observaram diferenças após o seguimento angiográfico.
Após 6 meses, as lesões diferidas (n = 24) mostraram uma significativa redução do valor médio com relação ao valor basal (0,89 ± 0,05 vs. 0,81 ± 0,11; p = 0,002). O FFR basal não influiu na perviedade das pontes.
Conclusão
Do mesmo modo que ocorria quando começou a ser usada, a angiografia continua sendo o método adequado para planificar uma cirurgia de revascularização miocárdica. O FFR não previu a perviedade das pontes nas lesões tratadas e no seguimento invasivo após 6 meses observou-se uma significativa queda destes em relação ao basal nas lesões diferidas.
Título original: Fractional Flow Reserve Versus Angiographically-Guided Coronary Artery Bypass Grafting.
Referência: Anne Langhoff Thuesen et al. J Am Coll Cardiol 2018;72:2732–43.
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