Detecção de complicações tardias pós-endoprótese

Este trabalho investigou a ocorrência de complicações após a reparação endovascular de um aneurisma de aorta abdominal infrarrenal em uma coorte de 454 pacientes seguidos por 5,2 anos. Aproximadamente 25% dos pacientes desenvolve algum tipo de complicação e, diferentemente de outros estudos, a enorme maioria de ditas complicações foram assintomáticas e detectadas por imagens. 

Un seguimiento mínimo y apropiado reduce la mortalidad luego de una endoprótesis

O trabalho também encontrou uma boa concordância entre a ecografia e a tomografia para detectar as complicações clinicamente relevantes. De qualquer forma, aquelas relacionadas com uma selagem subótima foram muito mais bem observadas com a tomografia, o que sugere a função que cumpre este estudo diagnóstico no seguimento pós-endoprótese. 

As complicações foram classificadas conforme o fato de terem sido sintomáticas ou somente um achado de um estudo diagnóstico (ecografia ou tomografia). No subgrupo de pacientes que foram submetidos a ambos os estudos com uma diferença inferior a 3 meses, calculou-se o coeficiente kappa para determinar o grau de concordância. 

Foram incluídos 454 pacientes submetidos a endoprótese entre 1998 e 2012 e seguidos por uma média de 5,2 anos. 26% dos pacientes (n = 118) desenvolveram 176 complicações. 


Leia também: Tipos de anestesia e seu impacto nas endopróteses eletivas.


60,2% das complicações foram assintomáticas e o resto (39,8%) foram sintomáticas. 

Mais da metade dos pacientes foram submetidos a ecografia e a tomografia, tendo sido o índice kappa entre ambas as modalidades de 0,91 para as complicações clinicamente significativas. 

Si considerarmos a tomografia como o gold standard, a ecografia tem uma sensibilidade de 88,8% e uma especificidade de 99,4% para encontrar este tipo de complicações. 


Leia também: Vigilância após o implante de endoprótese: com que frequência e por quanto tempo?


As complicações que a tomografia não pôde detectar estiveram relacionadas com uma má selagem proximal ou distal. Todas ocorreram em pacientes com anatomia hostil por uma selagem proximal ou distal muito curta e foram diagnosticadas na primeira tomografia pós-procedimento. 

Conclusão

Aproximadamente um quarto dos pacientes submetidos a endoprótese apresentará com o tempo algum tipo de complicação, sendo a maioria delas assintomáticas. Isso remarca a importância de um adequado controle pós-procedimento. 

Título original: Detection of Late Complications After Endovascular Abdominal Aortic Aneurysm Repair and Implications for Follow up Based on Retrospective Assessment of a Two Centre Cohort.

Referencia: Hassan Baderkhan et al. Eur J Vasc Endovasc Surg, article in press. https://doi.org/10.1016/j.ejvs.2020.02.021.


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