Devemos tratar a doença coronariana significativa estável no TAVI

A estenose aórtica se relaciona com doença coronariana significativa em aproximadamente 50% dos casos.

perforación coronaria en angioplastia

Quando se decide resolver a doença aórtica mediante cirurgia estabeleceu-se que a doença coronariana também deve ser resolvida. 

Entretanto, essa conduta no caso do TAVI não está bem estabelecida, já que em inúmeras ocasiões são tratadas as lesões estáveis e é difícil demonstrar se geram isquemia e se é necessário proceder a uma revascularização completa – quando possível – ou parcial. 

Embora haja várias análises e um estudo randomizado, a informação ainda é controversa e não sabemos se o tratamento deve ser levado a cabo antes, durante ou depois do TAVI, já que cada opção apresenta diferentes benefícios e limitações. 

O Registro REVASC-TAVI incluiu 2402 pacientes com doença coronariana significativa estável e estenose aórtica que foram submetidos a angioplastia coronariana (ATC) e TAVI. 

O desfecho primário (DP) foi mortalidade por qualquer causa em dois anos e o desfecho coprimário (DCP) foi mortalidade por qualquer causa, AVC, infarto e hospitalização por insuficiência cardíaca em dois anos. 

Leia também: ¿Es efectivo el dispositivo PASCAL comparado con MitraClip?

Os pacientes foram divididos de acordo com o fato de a revascularização ter sido completa (RC) ou incompleta (RI). 

Devido ao fato de os grupos terem sido diferentes, realizou-se um Propensity Score Matched, ficando 657 pacientes em cada grupo. 

A idade média foi de 83 anos, 60% dos pacientes eram homens, 85% tinham hipertensão, 32% diabetes, 16% DPOC, 16% CRM, 38% ATC, 23% IAM, 7% AVC. 9% marca-passo definitivo e 1,5% dos casos foram tratamentos V-in-V. 

A presença de fibrilação atrial foi de 26%, a fração de ejeção foi de 55% e o escore STS de mortalidade foi de 5%. 

Leia também: Doble modificación de placa en lesiones calcificadas.

Os pacientes do grupo RI apresentavam mais lesões de dois e três vasos. 

As válvulas utilizadas foram as balão-expansível SAPIENS 3 e Ultra e as autoexpansíveis Evolut R / PRO / PRO+.

O DP foi de 21,6% vs. 18,2% (hazard ratio 0,88 [95% CI, 0,66–1,18]; p = 0,38) e o DCP foi de 29,0% vs. 27,1% (hazard ratio 0,97 [95% CI, 0,76–1,24]; p = 0,83) para RC e RI, respectivamente. Não houve diferença em termos de mortalidade por qualquer causa, AVC, infarto e hospitalização por insuficiência cardíaca em dois anos de seguimento. O mesmo pode ser dito em relação aos que foram submetidos a ATC em dois tempos ou durante o TAVI ou nos diferentes subgrupos analisados. 

Conclusão

A presente análise do Registro REVASC-TAVI mostra que, entre os pacientes com TAVI e doença coronariana estável a revascularização completa realizada em etapas ou durante o TAVI foi similar à estratégia de revascularização incompleta no que se refere à redução de mortalidade por qualquer causa, bem como no que diz respeito a AVC, infarto e re-hospitalizações por insuficiência cardíaca em dois anos considerando a situação clínica e anatômica. 

Dr. Carlos Fava - Consejo Editorial SOLACI

Dr. Carlos Fava.
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org.

Título Original: Management of Myocardial Revascularization in Patients With Stable Coronary Artery Disease Undergoing Transcatheter Aortic Valve Implantation

Referência: Giuliano Costa, et al. Circ Cardiovasc Interv. 2022;15:e012417. DOI: 10.1161/CIRCINTERVENTIONS.122.012417.


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Mais artigos deste autor

Jejum vs. não jejum antes de procedimentos cardiovasculares percutâneos

Embora em 2017 as diretrizes da Sociedade Americana de Anestesiologistas tenham sido atualizadas para permitir a ingestão de líquidos claros até duas horas e...

Dissecção espontânea do tronco da coronária esquerda: características clínicas, manejo e resultados

Gentileza do Dr. Juan Manuel Pérez. A dissecção espontânea do tronco da coronária esquerda (TCE) é uma causa infrequente de infarto agudo do miocárdio (IAM),...

Pré-tratamento com DAPT em síndromes coronarianas agudas: continua sendo um debate não resolvido?

Na síndrome coronariana aguda (SCA), a terapia antiplaquetária dual (DAPT) representa um pilar fundamental após a intervenção mediante angioplastia coronariana percutânea (PCI), ao prevenir...

Gradientes pós-TAVI e as consequências de sua mensuração: são equiparáveis a medição invasiva e a ecográfica?

O implante percutâneo da valva aórtica (TAVI) é considerado o tratamento de escolha em uma porcentagem significativa de pacientes com estenose aórtica sintomática. Seus...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

Jejum vs. não jejum antes de procedimentos cardiovasculares percutâneos

Embora em 2017 as diretrizes da Sociedade Americana de Anestesiologistas tenham sido atualizadas para permitir a ingestão de líquidos claros até duas horas e...

Dissecção espontânea do tronco da coronária esquerda: características clínicas, manejo e resultados

Gentileza do Dr. Juan Manuel Pérez. A dissecção espontânea do tronco da coronária esquerda (TCE) é uma causa infrequente de infarto agudo do miocárdio (IAM),...

Pré-tratamento com DAPT em síndromes coronarianas agudas: continua sendo um debate não resolvido?

Na síndrome coronariana aguda (SCA), a terapia antiplaquetária dual (DAPT) representa um pilar fundamental após a intervenção mediante angioplastia coronariana percutânea (PCI), ao prevenir...