Calcificações coronarianas: deveríamos começar a utilizar a litotripsia coronariana com maior frequência

A calcificação coronariana, seja ela concêntrica, seja excêntrica, sempre representou um desafio nas angioplastias coronarianas percutâneas (ATC) devido às dificuldades que apresenta no que diz respeito à preparação da placa, à navegabilidade dos dispositivos, à adequada aposição dos stents, à eluição da droga e às possíveis complicações durante o procedimento. 

Calcificaciones coronarias, deberíamos comenzar a utilizar con mayor frecuencia la litotricia coronaria

Neste estudo foram analisados 262 pacientes que participaram dos quatro Estudos Disrupt CAD OCT e que foram submetidos a ACT utilizando litotripsia coronariana seguida de avaliação por meio de OCT. 

Os pacientes foram divididos em grupos segundo o grau de calcificação com relação à circunferência do vaso: 56 pacientes tinham uma calcificação ≤ 180º, 57 entre 180º e 270º, 51 entre 271º e 359º, e 66 tinham uma calcificação de 360º.

O uso da litotripsia intravascular (IVL) foi seguro, já que não se associou com complicações como dissecção ou oclusões. 

Leia também: TCT 2023 | TRILUMINATE Trial: status de saúde após o TriClip.

Durante o procedimento, não houve diferenças significativas em relação a pré-dilatações, pós-dilatações, artéria tratada, segmento das artérias tratadas, diâmetros dos vasos nem no que se refere aos tipos de stents utilizados. 

A análise feita com OCT após o procedimento revelou que o número, a profundidade e a largura das fraturas na calcificação aumentavam à medida que a calcificação se tornava mais concêntrica. Em particular, as calcificações de 360º mostraram uma incidência quatro vezes maior de fraturas do que as de ≤ 180º. Além do mais, observou-se que isso facilitou uma expansão mais concêntrica dos stents, com um maior ganho luminal, sem diferenças significativas entre os quartis. 

Conclusão

Em resumo, a litotripsia induziu fraturas nas calcificações coronarianas em proporção à magnitude da calcificação, inclusive em casos excêntricos. Isso levou a uma melhora constante na expansão dos stents e no ganho luminal, tanto em calcificações concêntricas como excêntricas nas artérias coronarianas. 

Dr. Carlos Fava - Consejo Editorial SOLACI

Dr. Carlos Fava.
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org.

Título Original: Impact of Calcium Eccentricity on the Safety and Effectiveness of Coronary Intravascular Lithotripsy: Pooled Analysis From the Disrupt CAD Studies.

Referência: Ziad A. Ali, et al. 


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Mais artigos deste autor

Doença de tronco da coronária esquerda: ATC guiada por imagens intravasculares vs. cirurgia de revascularização miocárdica

Múltiplos ensaios clínicos randomizados demonstraram resultados superiores da cirurgia de revascularização coronariana (CABG) em comparação com a intervenção coronariana percutânea (ATC) em pacientes com...

AHA 2025 | TUXEDO-2: manejo antiagregante pós-PCI em pacientes diabéticos multivaso — ticagrelor ou prasugrel?

A escolha do inibidor P2Y12 ótimo em pacientes diabéticos com doença multivaso submetidos a intervenção coronariana percutânea (PCI) se impõe como um desafio clínico...

AHA 2025 | DECAF: consumo de café vs. abstinência em pacientes com FA — recorrência ou mito?

A relação entre o consumo de café e as arritmias tem sido objeto de recomendações contraditórias. Existe uma crença estendida de que a cafeína...

AHA 2025 | Estudo OCEAN: anticoagulação vs. antiagregação após ablação bem-sucedida de fibrilação atrial

Após uma ablação bem-sucedida de fibrilação atrial (FA), a necessidade de manter a anticoagulação (ACO) a longo prazo continua sendo incerta, especialmente considerando que...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

Assista novamente: Embolia Pulmonar em 2025 — Estratificação de Risco e Novas Abordagens Terapêuticas

Já está disponível para assistir o nosso webinar “Embolia Pulmonar em 2025: Estratificação de Risco e Novas Abordagens Terapêuticas”, realizado no dia 25 de...

Um novo paradigma na estenose carotídea assintomática? Resultados unificados do ensaio CREST-2

A estenose carotídea severa assintomática continua sendo um tema de debate diante da otimização do tratamento médico intensivo (TMO) e a disponibilidade de técnicas...

Remodelamento cardíaco após a oclusão percutânea da CIA: imediato ou progressivo?

A comunicação interatrial (CIA) é uma cardiopatia congênita frequente que gera um shunt esquerda-direita, com sobrecarga de cavidades direitas e risco de hipertensão pulmonar...