TAVI nos diferentes tipos de estenose aórtica

A estenose aórtica (EAo) é classificada segundo seus gradientes como estenose da alto fluxo e alto gradiente (D1), de baixo fluxo e baixo gradiente com fração ejeção reduzida (D2) e de baixo gradiente paradoxal com fração de ejeção conservada (D3). 

Nuevas guías de valvulopatías con actualizaciones clave en TAVI e insuficiencia mitral

A EAo D3 se caracteriza por uma fração de ejeção ≥ 50%, mas com índice de volume sistólico ≤ 35 ml/min.

A evolução após o TAVI nos grupos EAo D2 e D3 no que se refere à qualidade de vida ainda não foi bem analisada nos estudos existentes. 

Foi levada a cabo uma análise de 634 pacientes, dentre os quais 328 apresentavam EAo D1, 76 EAo D2 e 230 EAo D3.

A idade média foi de 77 anos, 60% da população esteve composta por homens e o STS foi de 6,6%, sem diferenças significativas em termos de comorbidades, exceto nos pacientes com EAo D2, que apresentavam uma maior incidência de insuficiência cardíaca de classe funcional IV, fibrilação atrial, marca-passo definitivo, maior necessidade de cardiodesfibrilador antes do TAVI e menor fração de ejeção. 

Em 30 dias, o grupo com EAo D1 mostrou uma maior mortalidade (2,5% vs. 0% vs. 0%; p = 0,03 para EAo D1, D2 e D3, respectivamente), sem diferenças em termos de AVC, sangramento maior ou necessidade de diálise. A necessidade de marca-passo definitivo foi maior no grupo EAo D2. 

Leia Também: Paclitaxel e mortalidade em intervenções vasculares periféricas: debate concluído?

Despois de um ano de seguimento, não foram observadas diferenças significativas em termos de mortalidade, AVC, infarto, sangramento maior, necessidade de marca-passo definitivo ou reintervenções. Todos os grupos experimentaram melhoras em sua classe funcional e na qualidade de vida. Os pacientes do grupo EAo D2 também mostraram melhora em sua fração de ejeção.  

Conclusão

Os pacientes com estenose aórtica D2 experimentaram uma melhora significativa em sua fração de ejeção e na qualidade de vida em 30 dias e em 1 ano. A necessidade de marca-passo depois do TAVI foi maior nos outros subtipos, ao passo que o AVC e a mortalidade foram menores do que se esperava, o que respalda o uso do TAVI nesta população de alto risco. 

Dr. Carlos Fava - Consejo Editorial SOLACI

Dr. Carlos Fava.
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org.

Título Original: Transcatheter Aortic Valve Replacement Improves Quality of Life and Ventricular Function With Low-Flow/Low-Gradient Aortic Stenosis

Referência: Kelley N. Benck , et al. JSCAIhttps://doi.org/10.1016/j.jscai.2023.101266. 


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