TRISCEND II: Substituição transcateter vs. tratamento médico em insuficiência tricúspide

O dispositivo EVOQUE está desenhado com um sistema de selagem intra-anular que possui grande compatibilidade anatômica e uma forma adaptável. Atualmente está disponível em quatro tamanhos (44 mm, 48 mm, 52 mm e 56 mm) e é implantado mediante um acesso transfemoral de 28 Fr. 

TRISCEND II: Reemplazo transcatéter vs tratamiento médico en insuficiencia tricúspidea 

O estudo Triscend II teve como objetivo avaliar a eficácia e a segurança do dispositivo EVOQUE em comparação com o tratamento médico ótimo (TMO). Foram incluídos pacientes com insuficiência tricúspide severa (IT), sintomas de insuficiência cardíaca e aqueles que estivessem sob TMO no momento da inclusão. Foram excluídos pacientes com uma expectativa de vida inferior a 12 meses, fração de ejeção (FEj) < 25% com disfunção severa do ventrículo direito ou hipertensão pulmonar severa. 

Foram randomizados 400 pacientes em uma proporção 2:1 a substituição tricúspide transcateter (TTVR) com EVOQUE ou TMO. A idade média da população foi de 79,3 anos, 74,9% eram mulheres, 73% apresentavam dispneia em classe funcional III-IV, 96% tinham fibrilação atrial e 36% contavam com um marca-passo (MCP) ou desfibrilador cardioversor implantável (CDI).

95,4% dos pacientes tiveram implante bem-sucedido, com uma média de estadia hospitalar de 3 dias. Observou-se que a mortalidade cardiovascular foi superior no ramo TMO (5,7% vs. 7,8%). Para avaliar os benefícios clínicos, foi utilizado o cociente de probabilidades win ratio, que mostrou um valor de 2,02 a favor da TTVR, indicando que os pacientes tratados com o dispositivo tinham quase o dobro de probabilidades de serem beneficiados em comparação com o grupo controles. 

Leia também: COMPARE TAVI: Resultados de um ano de seguimento de um estudo randomizado que compara duas válvulas expansíveis por balão.

Do ponto de vista hemodinâmico, o TTVR com EVOQUE conseguiu reduzir substancialmente a IT a níveis ≤ leve em quase todos os pacientes. Tal melhora se traduziu em uma redução significativa dos sintomas, uma melhor funcionalidade e uma maior qualidade de vida em um ano de seguimento. 

Apresentado por Raj Makkar nos Top Late-Breaking Trials, PCR London Valves, 24 novembro de 2024, Londres, Grã-Bretanha.


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Dr. Omar Tupayachi
Dr. Omar Tupayachi
Membro do Conselho Editorial do solaci.org

Mais artigos deste autor

Estenose aórtica assintomática: uma decisão complexa

A estenose aórtica severa assintomática continua representando um desafio importante na tomada de decisões clínicas, sobretudo devido à dificuldade frequente para identificar sintomas. Quando...

TAVI e insuficiência aórtica: as válvulas são todas iguais?

A insuficiência aórtica (IAO) representa entre 0,5% e 2,2% das afecções valvares em pessoas de mais de mais de 65 anos.  De acordo com os...

Resultados do acompanhamento de 1 ano do registro TAVI com a utilização de válvulas balão-expansíveis de 5ª geração nos EUA

A utilização da estratégia de substituição de válvula aórtica transcateter (TAVR) se estendeu a pacientes com estenose aórtica (EAo) severa de baixo risco e...

Registro EuroSMR: Tratamento mitral borda a borda com seguimento de 5 anos

As miocardiopatias e o engrandecimento do átrio esquerdo podem levar à insuficiência mitral secundária (IMS). Dita condição se associa com uma deterioração da função...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

ROUTE TRAIL: DKCRUSH vs. DKRUSH Culotte em bifurcações que não são do TCE

As lesões em bifurcações coronarianas representam um desafio técnico frequente, constituindo entre 15% e 20% dos casos. Embora a técnica de stent provisional seja...

TENDERA: Comparação de oclusão radial entre acesso distal e convencional para intervenções coronarianas

O acesso radial (TRA) se consolidou como o método mais seguro para as intervenções percutâneas, sendo respaldado por dados sólidos que o comparam favoravelmente...

Estenose aórtica assintomática: uma decisão complexa

A estenose aórtica severa assintomática continua representando um desafio importante na tomada de decisões clínicas, sobretudo devido à dificuldade frequente para identificar sintomas. Quando...