Eventos em acompanhamento de um ano do registro do sistema bicava TricValve para insuficiência tricúspide severa

O TricValve é o primeiro dispositivo de implante na cava que obteve a aprovação CE-Mark. Trata-se de um dispositivo heterotópico que elimina o refluxo causado pela insuficiência tricúspide (IT) rumo ao sistema venoso, reduzindo assim a congestão periférica. Representa uma opção única para pacientes de alto risco cirúrgico que não são candidatos à substituição ou à reparação.

COMPARE TAVI: Resultados al año de un estudio aleatorizado que compara dos válvulas balón expandibles

Entretanto, sua duração, eficácia e segurança ao longo do tempo ainda não estão dilucidadas. No estudo TRICUS EURO (n = 35) o dispositivo TricValve melhorou a classe funcional e a qualidade de vida dos pacientes em acompanhamentos de 6 meses e de 1 ano (delta QoL 29,1). 

Foi levado a cabo um registro multicêntrico iniciado por pesquisadores que incluiu pacientes de 27 hospitais, com IT torrencial, falha direita refratária e inoperáveis com uma adequada anatomia bicava. 

A idade média foi de 77,8 ± 7,5 anos, 65,2% da população era do sexo feminino, 50% com antecedentes de cirurgia cardíaca, 19% de intervenção valvar transcateter, 34,2% MCP ou CDI, sendo o STS médio de 9,5 ± 7,9. A predição de mortalidade segundo o TRI-SCORE foi intermediária em 36,8% dos casos e alta em 45,6%. 

O sucesso intraprocedimento foi alcançado em 96,1% dos casos. Houve 2,9% de má aposição da veia cava inferior que requereu nova válvula, a mortalidade intra-hospitalar foi de 8,3%, complicações de acesso ocorreram em 5,39% dos casos, complicações cardíacas em 3,9%, 47,1% relatou dor de ombro e a estância hospitalar média foi de 8 dias. 

Leia também: Resultados a longo prazo do Registro internacional de Chaminés (Chimney Registry).

Os preditores de mortalidade intra-hospitalar foram a classe funcional IV (OR: 4,36; p = 0,049), a creatinina ≥1,5mg/dl (OR 3,62; p = 0,030), a GGT aumentada e um TAPSE ≤ 12mm (6,92; p = 0,025). Com relação aos eventos clínicos em seguimento de um ano observou-se melhora da classe funcional (19,8% CF II basal a 81,5% CF I-II em um ano) e diminuição dos sinais de falha direita (diminuição do edema de 73% a 22% e da ascite de 31,2% a 4,9%; p ≤ 0,001). 

Observou-se uma diminuição significativa das internações por insuficiência cardíaca (IRR: 0,44; IC de 95%: 0,29-0,66; p ≤ 0,001).

Apresentado por Angel Sanchez Recalde nos Top Late-Breaking Trials, PCR London Valves, 24 novembro de 2024, Londres, Grã-Bretanha.


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Dr. Omar Tupayachi
Dr. Omar Tupayachi
Membro do Conselho Editorial do solaci.org

Mais artigos deste autor

TAVI em anel pequeno: que válvula devemos utilizar?

Um dos principais desafios na estenose aórtica severa são os pacientes que apresentam anéis valvares pequenos, definidos por uma área ≤ 430 mm². Esta...

ACC 2025 | BHF PROTECT-TAVI: são realmente necessários os sistemas de proteção cerebral no TAVI?

A realização do TAVI tem mostrado um aumento contínuo, embora uma das complicações associadas continue sendo o acidente vascular cerebral (AVC), majoritariamente isquêmico e,...

ACC 2025 | EVOLUTE LOW RISK: TAVI em baixo risco: evolução em 5 anos

O TAVI é uma alternativa válida quando comparado com a cirurgia em pacientes de baixo risco com estenose aórtica severa. Uma de suas principais...

Principais estudos do segundo dia do ACC 2025

BHF PROTECT-TAVI (Kharbanda RK, Kennedy J, Dodd M, et al.)O maior ensaio randomizado feito em 33 centros do Reino Unido entre 2020 e 2024...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

Revascularização coronariana guiada por iFR vs. FFR: resultados clínicos em seguimento de 5 anos

A avaliação das estenoses coronarianas mediante fisiologia coronariana se consolidou como uma ferramenta crucial para guiar a revascularização. As duas técnicas mais empregadas são...

TAVI em anel pequeno: que válvula devemos utilizar?

Um dos principais desafios na estenose aórtica severa são os pacientes que apresentam anéis valvares pequenos, definidos por uma área ≤ 430 mm². Esta...

ACC 2025 | WARRIOR: isquemia em mulheres com doença coronariana não obstrutiva

Aproximadamente a metade das mulheres sintomáticas por isquemia que se submetem a uma coronariografia apresentam doença coronariana não significativa (INOCA), o que se associa...