A escolha do inibidor P2Y12 ótimo em pacientes diabéticos com doença multivaso submetidos a intervenção coronariana percutânea (PCI) se impõe como um desafio clínico relevante. Os pacientes em tais condições apresentam um alto risco isquêmico e, também, uma maior suscetibilidade ao sangramento, o que torna necessário um equilíbrio terapêutico preciso. A evidência comparativa direta entre ticagrelor e prasugrel nesse contexto é limitada.

O TUXEDO-2 foi um estudo multicêntrico, randomizado, com design fatorial 2×2, que avaliou simultaneamente duas comparações:
- Stents farmacológicos (Supraflex Cruz vs. Xience)
- Terapia antiplaquetaria dual (DAPT) — ticagrelor + AAS vs. prasugrel + AAS.
A população esteve composta por pacientes diabéticos com doença coronariana multivaso tratados com PCI. O desfecho primário (DP) do ramo DAPT foi um composto de morte, infarto agudo do miocárdio (IAM) não fatal, acidente vascular cerebral (AVC) ou sangramento maior, com seguimento de 12 meses sob um design de não inferioridade.
Na análise principal, o ticagrelor (n = 901) apresentou uma incidência do desfecho composto de 16,57% vs. 14,23% com prasugrel (n = 899) (Δ absoluta +2,33%; limite superior IC de 95%: 6,74%), sem alcançar o critério de não inferioridade. Na análise exploratória, observou-se uma tendência a maior taxa de eventos com ticagrelor em pacientes com diabetes de menos de 5 anos de evolução e naqueles com alto risco hemorrágico.
Conclusão
Em pacientes diabéticos com doença multivaso submetidos a PCI, a combinação ticagrelor + AAS não demonstrou não inferioridade vs. prasugrel + AAS para o desfecho composto de isquemia e sangramento em 12 meses, com resultados que favorecem numericamente o prasugrel.
Apresentado por Sripal Bangalore, no AHA 2025 Late-Breaking Science, Nova Orleans, EUA.
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