IABP-SHOCK II: Balão intra-aórtico não reduz mortalidade aos 30 dias em pacientes com choque cardiogênico.

Introdução: Apesar do uso do balão intra-aórtico (BIA) ser formalmente indicado em indivíduos com choque cardiogênico secundário ao infarto agudo do miocárdio (classe IB e IC nas diretrizes americanas e européias, respectivamente), as evidências que suportam tal prática são escassas e baseadas em estudos não randomizados.

Métodos e Resultados: Estudo multicêntrico (37 centros) conduzido na Alemanha, prospectivo, aberto, que randomizou pacientes com choque cardiogênico secundário ao IAM, submetidos a terapia médica considerada ótima e programados para terapia de reperfusão precoce, para receberem (n=299) ou não o implante de BIA (n=301). As taxas de seguimento foram > 95%, o desfecho primário de eficácia avaliado foi a mortalidade aos 30 dias (39,7% vs. 41,3%, p=0,69). Não houve diferenças significativas em desfechos de segurança como AVC, infecções e complicações vasculares. Não houve diferenças nas dosagens de lactato entre os grupos. A análise de sub-grupos tampouco demonstrou benefício do uso do BIA em comparação ao tratamento padrão com terapia médica ótima e reperfusão precoce.

Conclusão e Comentários: A comentadora do estudo, Dra. Uta Hoppe, enfatizou a qualidade do estudo salientando alguns aspectos: 1- houve um cross-over de 10% para terapia com BIA, fato que poderia ter tido algum impacto nos resultados, 2- necessitamos saber resultados de seguimentos mais longos, 3- o impacto no tempo entre diagnóstico e inserção do BIA não é claro. Finalizando salientou que o uso do BIA não deve ser recomendado a todos os pacientes com choque cardiogênico secundário ao IAM e uma revisão das diretrizes se faz mandatória após os resultados do presente estudo.

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Holger Thiele
2012-08-26

Título original: IABP-SHOCK II: Randomized comparison of intraaortic balloon counterpulsation versus optimal medical therapy in addition to early revascularization in acute myocardial infarction complicated by cardiogenic shock

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