Insuficiência aórtica, o maior preditor de mortalidade pós TAVI

Título original: Post-procedural aortic regurgitation in balloon-expandable and self-expandable TAVR procedures: analysis of predictors and impact on long-term mortality: insights from the FRANCE 2 registry. Referência: Van Belle E et al. Circulation. 2014; Epub ahead of print.

 

Este trabalho avaliou com ecocardiografia transtorácica 2769 pacientes que receberam uma substituição valvular aórtica percutânea bem sucedida em 34 centros de França e que foram enrolados no FRANCE 2 Registry. Do total de pacientes, 1872 (67.6%) receberam a válvula balão expansível Edwards Sapien ou Sapien XT e o restante a válvula auto expansível Core Valve. 

A uma média de seguimento de 306 dias, a insuficiência aórtica moderada/severa (grau ≥ 2) observou-se em 15.8% da população e foi mais frequente nos que receberam a válvula Core Valve (21.5% vs 13%; p= 0.0001). A insuficiência aórtica moderada/severa pós procedimento foi um forte preditor de mortalidade ao ano tanto para a válvula Edwards (OR 2.50; p= 0.0001) como para a Core Valve (OR 2.11; p= 0.0001). 

Este grau de insuficiência aórtica foi especialmente mal tolerado por aqueles pacientes com insuficiência renal, insuficiência aórtica basal ≤ 2, baixo gradiente transvalvar aórtico e pelos que receberam um acesso diferente do femoral, no entanto a insuficiência não foi um problema para os que já tinham insuficiência basal. 

Não foi observada associação entre os diferentes dispositivos e algum dos preditores de insuficiência mas foi observada sim, com relação ao diâmetro do dispositivo e o diâmetro do anel. Durante o seguimento observou-se uma mortalidade global de 11.3% (6.3% correspondeu a mortalidade cardíaca) com um significativo aumento de ambas em aqueles com insuficiência aórtica moderada/severa. 

Conclusão 

A insuficiência aórtica moderada a severa foi observada em 15.8% dos pacientes que receberam uma substituição valvular aórtica percutânea bem sucedida e resultou o preditor independente mais potente de mortalidade ao ano. 

Comentário editorial 

O fato de que seja minimizado o impacto da insuficiência aórtica em aqueles com insuficiência prévia sugere que o ventrículo já está adaptado à sobrecarga de volume, o que é uma vantagem perante esta complicação. 

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