Redução do risco de trombose aguda, tardia e muito tardia, com novas gerações de DES vs BMS, no contexto do infarto agudo

Título original: Stent thrombosis in new-generation drug-eluting stents in patients with STEMI undergoing primary PCI: a report from SCAAR. Referência: Sarno G et al. J Am Coll Cardiol. 2014;Epub ahead of print.

Este estudo avaliou 34.147 pacientes consecutivos sofrendo infarto agudo do miocárdio, com elevação do segmento ST incluídos no registro SCAAR (Swedish Coronary Angiography and Angioplasty Registry) submetidos a angioplastia primária com stents farmacológicos de última geração (n = 4.811), primeira geração ( n = 4.271) ou com stent convencional (n = 25.065), entre janeiro de 2007 e janeiro de 2013.

A nova geração de stents farmacológicos incluiu o Endeavor Resolute (Medtronic, Minneapolis, MN), Xience V e Xience Prime (Abbott Vascular, Santa Clara, CA), Promus e Promus Element (Boston Scientific, Natick, MA). A primeira geração incluiu o Cypher e Cypher Select (Cordis, Miami, FL), Taxus Express e Taxus Liberté (Boston Scientific) e o Endeavor (Medtronic).

Foi realizada uma análise ajustada por escore de propensão que mostrou um menor risco de trombose precoce e tardia com stent farmacológico de 2ª geração vs stents convencionais (HR 0,65, IC 95% 0,43 a 0,99; p=0,04), bem como entre os stents farmacológicos de 1ª geração contra stents convencionais (HR 0,6, IC 95% 0,41 a 0,89; p=0,01). Não foram observadas diferenças significativas quanto à trombose precoce ou tardia entre as duas gerações de stents farmacológicos (HR 0,73, IC 0,44 a 1,21; p=0,22).

No entanto, quando se considera a trombose muito tardia, os stents farmacológicos de 1ª geração apresentaram maior risco do que os stents convencionais (HR 2,88; IC 95% 1,70 a 4,89; p <0,01).

Dentro dos 3 anos da angioplastia primária, a mortalidade por todas as causas foi menor para ambas as gerações de stents farmacológicos, comparada com os stents convencionais.

Conclusão

Os pacientes que receberam a angioplastia primária com stents farmacológicos de nova geração apresentaram menor risco de trombose precoce e tardia em comparação com os stents convencionais. O risco de trombose muito tardia foi baixo e comparável entre stents convencionais e os stents farmacológicos, enquanto a nova geração de stents farmacológicos de 1ª geração mostrou um aumento do risco de trombose muito tardia.

As diretrizes atuais para síndromes coronarianas agudas com elevação do segmento ST exigem uma atualização à luz destes resultados e outros estudos recentes. 

Comentário editorial

Não há registro do tempo de dupla antiagregação que cada grupo recebeu, embora seja improvável que isso afete a taxa de trombose muito tardia. A interrupção precoce da antiagregação dupla e de outros fatores, tais como a sub-expansão, mau posicionamento ou a complexidade das lesões são fatores que estão mais relacionados com a trombose precoce ou tardia e muito menos à trombose muito tardia.

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