Metanálise entre plataformas reabsorvíveis e stents eluidores de everolimus

Gentileza do Dr. Agustín Vecchia.

O objetivo deste trabalho foi comparar a eficácia e segurança das plataformas reabsorvíveis eluidoras de everolimus (BVS) vs. os stents eluidores de everolimus (DES) em pacientes com cardiopatia isquêmica.

 

Realizou-se uma busca em Embase, Medline, CENTRAL, abstracts de sessões científicas e sítios web relevantes de estudos randomizados que comparassem as duas intervenções mencionadas. O desfecho primário de eficácia foi a revascularização do vaso alvo (TVR) e o de segurança foi a trombose do stent/plataforma definitiva ou provável (ST). Os desfechos secundários foram a falha na revascularização do vaso alvo (uma combinação de morte cardíaca, infarto do vaso alvo ou revascularização do vaso alvo guiada por isquemia), infarto agudo do miocárdio, morte e perda luminal intrastent/plataforma tardia.

 

Foram incluídos 6 estudos randomizados com um total de 3.783 pacientes: ABSORB China (480 pacientes), ABSORB II (501), ABSORB III (2008), ABSORB Japão (400), EVERBIO II (158), e TROFI II (191).

 

Estes trabalhos randomizaram pacientes a BVS (n = 2.337) ou a DES everolimus (n = 1.401). O seguimento médio foi de 12 meses (faixa 9-12). O grupo BVS teve uma taxa similar de TVR (OR 0.97 [IC 95% 0,66-1,43]; p = 0,87), falha no tratamento do vaso alvo (1,20 [0,9-1,6]; p = 0,21), infarto agudo do miocárdio (1,36 [0,98-1,89]; p = 0,06) e morte (0,95 [0,45-2,0]; p = 0,89) à do grupo tratado com DES eluidores de everolimus. Os pacientes tratados com BSV tiveram maior taxa de trombose definitiva ou provável (OR 1,99 [IC 95% 1,0-3,98]; p = 0,05), com o maior risco observado nos primeiros 30 dias após a implantação (3,11 [1,24-7,82]; p = 0,02). Os BVS também mostraram uma maior perda luminal tardia quando comparados com os DES eluidores de everolimus (diferença: 0,08 [IC 95% 0,05-0,12]; p = 0,0001).

 

Conclusão
A taxa de revascularização anual é similar em ambos os grupos com uma maior perda luminal tardia e maior trombose definitiva ou provável no grupo BVS. Finalmente, ressalta-se aqui a necessidade de estudos com seguimentos de maior duração para determinar as vantagens dos BVS.

 

Comentário editorial
Esta metanálise inclui os trabalhos mais importantes sobre o tema e evidencia maiores taxas de trombose (0,5 vs. 1,3%) e de perda luminal no grupo de plataformas reabsorvíveis, ao menos no curto prazo. Espera-se que as vantagens teóricas dos BVS apareçam muitos anos depois de sua colocação. No entanto, por enquanto os BVS não demonstraram ser superiores ao padrão de cuidado DES.

 

Gentileza do Dr. Agustín Vecchia.

 

Título original: Everolimus-eluting bioresorbable vascular scaffolds versus everolimus-eluting metallic stents: a meta-analysis of randomized controlled trials. }

Referência: Salvatore Cassese et al. 16 Nov 2015 The Lancet http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(15)00979-4.


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Sua opinião nos interessa. Pode deixar abaixo seu comentário, reflexão, pergunta ou o que desejar. Será mais que bem-vindo.

Mais artigos deste autor

COILSEAL: Utilização de coils na angioplastia coronariana: uma ferramenta de valor nas complicações?

A utilização de coils como ferramenta de oclusão vascular tem experimentado uma expansão progressiva, partindo de seu uso tradicional em neurorradiologia até incorporar-se ao...

Tratamento da reestenose intrastent em vasos pequenos com balões recobertos de paclitaxel

A doença arterial coronariana (DAC) em vasos epicárdicos de menor calibre se apresenta em 30% a 67% dos pacientes submetidos a intervenção coronariana percutânea...

Perfurações coronarianas e o uso de stents recobertos: uma estratégia segura e eficaz a longo prazo?

As perfurações coronarianas continuam sendo uma das complicações mais graves do intervencionismo coronariano (PCI), especialmente nos casos de rupturas tipo Ellis III. Diante dessas...

Doença de tronco da coronária esquerda: ATC guiada por imagens intravasculares vs. cirurgia de revascularização miocárdica

Múltiplos ensaios clínicos randomizados demonstraram resultados superiores da cirurgia de revascularização coronariana (CABG) em comparação com a intervenção coronariana percutânea (ATC) em pacientes com...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

COILSEAL: Utilização de coils na angioplastia coronariana: uma ferramenta de valor nas complicações?

A utilização de coils como ferramenta de oclusão vascular tem experimentado uma expansão progressiva, partindo de seu uso tradicional em neurorradiologia até incorporar-se ao...

Tratamento da reestenose intrastent em vasos pequenos com balões recobertos de paclitaxel

A doença arterial coronariana (DAC) em vasos epicárdicos de menor calibre se apresenta em 30% a 67% dos pacientes submetidos a intervenção coronariana percutânea...

Desafios contemporâneos na oclusão do apêndice atrial esquerdo: enfoque atualizado sobre a embolização do dispositivo

Embora a oclusão percutânea do apêndice atrial esquerdo seja, em geral, um procedimento seguro, a embolização do dispositivo – com uma incidência global de...