Calcificação valvar extrema em TAVI diminuiria o sucesso técnico

Título original: Ballon-Expandable Trancatheter Aortic valve Replacement in Patients whit Extreme Aortic Valve Calcification.

Referência: Yigal Abramowitz, et al. Catetherization and Cardiovascular Intervention 2016;87:117-1179.

 

Gentileza do Dr. Carlos Fava.

 

tavi calcificacaoO implante transcateter da válvula aórtica (TAVI) surgiu como uma opção válida naqueles pacientes de alto risco ou inoperáveis. Um grupo destes pacientes apresenta calcificação extrema da válvula e os resultados neles ainda não estão claros.

Foram analisados 299 pacientes que receberam TAVI com a válvula Edwards-Sapiens ou Sapiens XT. Foi considerada calcificação extrema a apresentação de > 8.000 unidades Agatston na tomografia prévia ao implante.

Do total de pacientes, vinte (6,7%) apresentaram calcificação extrema; este grupo foi de faixa etária mais elevada (84,9 ± 6,6 vs. 82,4 ± 8,2 anos; p = 0,1), mais frequentemente homens e com um gradiente médio e pico mais altos (56,1/89,4 vs. 44,1/77,1 mmHg; p = 0,02 para ambos) e na tomografia apresentaram anéis aórticos e áreas maiores.

O sucesso do implante neste grupo com calcificação extrema foi menor (80% vs. 95,3% p = 0,004) e foi necessário um maior tempo de procedimento, tempo de fluoroscopia e volume de contraste.

A presença de regurgitação paravalvar foi maior no grupo de calcificação extrema, observando-se:

(p = 0,01)

-50% sem insuficiência

-35% com insuficiência leve

-10% moderada

-5% severa

Em comparação com o grupo controle, que mostrou:

-72,4% sem insuficiência

-25,8% com insuficiência leve

-1,8% moderada

-0% de insuficiência severa

Na evolução hospitalar, a mortalidade em 30 dias, a necessidade de marca-passo definitivo e as complicações maiores foram similares.

O seguimento foi de 16 meses sem terem sido observadas diferenças em mortalidade nem complicações maiores.

 

Conclusão

A substituição valvar aórtica percutânea com a prótese de balão expansível em pacientes com válvulas aórticas com calcificação extrema se relaciona a menor sucesso do implante do dispositivo e maior risco de regurgitação paravalvar.

 

Comentário editorial

A calcificação extrema demonstrou diminuir o sucesso do implante e maior regurgitação paravalvar que quando é moderada ou severa e se relaciona com uma taxa técnica de sucesso baixa.

A limitante desta análise é o número reduzido de pacientes com severa calcificação e com um seguimento de um pouco mais de um ano.

Com as novas válvulas das quais dispomos na atualidade, talvez melhore o sucesso do implante e a regurgitação.

É necessário um estudo de maior envergadura com um seguimento mais longo.

 

Gentileza do Dr. Carlos Fava. Fundación Favaloro. Buenos Aires, Argentina.

 

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